Colaboradores

sexta-feira, 31 de agosto de 2007






Estou postando esse texto que muito carinhosamente recebi, acredito, e que trata de um dos temas fundamentais da vida que é a Amizade.
Eu particularmente amei, pois amigos tenho poucos, mas que valem por muitos e que amo muito todos eles. Eles me fazem saber quem eu sou e me permitem crescer com eles e com eles caminhar. Agradeço a todos vocês, Amigos, por estarem em minha vida!
Pra vocês: L, S, G, F, F, P, E, F, E, D,M, E,F,W,M, M........................................



LOUCOS E SANTOS
Escolho meus amigos não pela pele ou arquétipo qualquer, mas pela pupila.Tem que ter brilho questionador a tonalidade inquietante.A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.Fico com aqueles que fazem de mim LOUCO E SANTO.Deles não quero resposta, quero meu avesso.Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.Para isso só sendo louco.Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.Escolho meus amigos pele alma lavada e pela cara exposta.Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.Não quero amigos adultos nem chatos.Quero-os metade infância e a outra metade velhice!Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos para que nunca tenham pressa.Tenho amigos para saber quem sou.Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

(OSCAR WILDE)




Flávia Pereira

domingo, 26 de agosto de 2007

O Processo


Sossega-te

Eles te protegem

A cada passo

A cada pensamento

Lá estão eles... Para te proteger!

Te guiam, não precisa saber onde ir

O teu caminho já está planejado

É só seguires as instruções...

E coitado de ti se não as seguires...

É para o teu bem é o que eles dizem

dois mais dois é igual a cinco!

Que bom que você entende isso,

Porque assim eles não precisarão te salvar

Do que?...
Da LOUCURA de ser você mesmo!


Passa Um. Ficam dez. Transformam Um. Ganham cem. Cura-se Um. Salvam-se mil. Modificam um. Adquirem milhões. Pegam um homem. Lucram em dolár...
Cumpra-se a ordem. Cale. Não se mova.
Há riqueza no choro, diamantes nos corpos, ouro na tortura. Há civilização nos testes, de animais em animais....
Ouçam os cantos. Ouçam. Há maior dor no lamento do homem, menos no poder!
Testam drogas
Testam farmacias
Testam feridas
Testam sentimentos
Testam vida
E assim morremos, de olhos lacrados, calados...

Fernanda Oliveira

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

ESTIGMA


Eu poderia acreditar que não foi à toa, nem em vão. Daí então eu correria, te abraçaria e te amaria como você merece que alguém te ame. Buscaria sua verdade nos mais altos altares e andaimes. Não há montanha que eu não escale por você, não há palavra que te defina pra mim, pois você insisti em esconder no olhar o que me faz te procurar e permanecer na incerteza do destino.
Se eu soubesse brincar não levaria tão a sério suas marcas e detalhes, não deitaria mais a cabeça no chão gelado sentindo as lágrimas escorrerem, enquanto busco o sentido de não conseguir me desvencilhar de tudo isso.
Se pudesse mover o chão de giz da vida, não mediria esforços. Cravaria rabiscos eternos que nos uniria e estupidamente provaria que não existem regras suficientes para nos sucumbir de nossas próprias escolhas e nos daria então a nossa real liberdade, que eu busco e você busca.



Flávia Pereira

sábado, 11 de agosto de 2007






Conta aí vai...


Quem não gosta de uma fofoca? Nem vem com aquela história de não me meto na vida alheia, não estamos falando de desejar mal ou olhar torto, não, não é isso. A fofoca, o bafão, a quentinha, a forte, a tricotada é santa e ninguém pode negar. Quando ouvimos aquele bom e velho: “Gente, dexa eu contá!” Ficamos extasiados, nossos olhos brilham, nos coçamos de curiosidade. Seja de pessoa famosa ou apenas do vizinho nem um pouco famoso, foi bafão, cai todo mundo de cabeça querendo saber. Penso que isso nem é uma vergonha, afinal quem não fala de nossas vidas?Gostamos de fofoca, pois ela nos faz sentir menos culpados, afinal se fulano fez por que eu não posso fazer também, não é?
Não precisamos nos envergonhar por sermos curiosos e tratarmos da vida alheia, afinal, a fofoca é apenas uma informação que deve ser dita ou ainda melhor, como ouvi um tempo atrás, é um ato que intensifica as relações humanas. O que não pode ocorrer é virar vício, não poder viver sem dar uma olhada na janela ou escutar a conversa do outro, não isso não! A fofoca só tem graça quando chega de supetão, quando não esperamos e aí rimos à toa de uma história mal contada ou aumentada. O que vale mesmo no final da fofoca é rirmos, rirmos das ações do bicho homem.



Fernanda Pereira.



Dúvida


Que busco entre os lírios e pilares do castelo?
Que busco entre marmitas e andaimes?
Que busco entre olhares e sorrisos, malícias e mal-dizeres?
Que busco no engarrafamento de todos os dias, no quente do asfalto, na gélida moeda do indigente?
Que busco na pureza de crianças, na jovialidade vivida do idoso?
Que busco...
No amor materno?
Na esperança divina?
Que busco nos gestos do canalha, nas palavras bem ditas?
Que busco em livros, músicas e dicionários?
Que busco...
Num telefonema?
Num encontro desmarcado?
Na espera cansada?
Que busco no adiantamento da vida?
Que busco na verdade?
Que busco na mentira?
Na alma?
Que busco no ideal?
Que busco em ilusões?
Que busco em você?

“...dói em mim ver que toda essa procura não tem fim. E o que é que eu procuro afinal? Um sinal, uma porta pro infinito irreal? O que não pode ser dito, afinal? Ser um homem em busca de mais afinal, como estrelas que brilham em paz.”
Lenine- o silêncio das estrelas


Flávia Pereira

domingo, 5 de agosto de 2007

...que ônibus lerdo


Porra que falatório no meu ouvido... "Meu, você não sabe! No final do ano passado comprei um vestido branco por 10 reais!!... Vê -se neste momento pernas cruzando-se, mãos que se elevam ao queixo, a espera de mais cumplicidade momentânea... "Fiz hoje no almoço, tirei o preto ontem, e só passei esmalte hoje"... Nesse momento a cabeça coça... e falo "é... hum... mas que sono!"... desesperam-se meus neurônios, um faz tic, outro tec... "Puta merda você acaba de perder a visão do ano, meu que moreno!..." Dou gargalhadas com o estômago, a fim de poupar minha amiga de uma cara de enterro, junto a sua. E ônibus segue... pula... pára... busina... e entre os sonoros espectadores do dia exclamo "bem que o motorista podia acelerar, não é?!!"


Fernanda Oliveira

ps: dedicado a duas moças que a meu lado viajaram por esses dias turbulentos de são paulo, haja paciência, haja inspiração...