Colaboradores

quinta-feira, 19 de junho de 2008


Olha eu vou te contar, às vezes conhecemos pessoas na vida que são para mexer mesmo e tudo parece que pensado sutilmente por alguém X, que adora brincar com o nosso destino. Depois de retomar contato com um grande amigo-parceiro-companheiro-desejo sexual de infância- amor platônico- baiano retado, enfim, sou arrebatada com um lindíssimo texto ("saudades das paulistas") lançado no blog dele, e produzido por ele é claro, em homenagem a mim e ao meu duplo (como chamam a minha linda irmã gemela, Flá).


E eu sei o que eu passei (sabe aquela coisa? "Só eu sei as esquinas por que passei, só eu sei...") como foi difícil deixar a minha cidade e parte da minha família e amigos para essa louca empreitada de meu pai, mas esse carinha chamado Moisés facilitou e muito toda essa passagem, que eu lembro como um mix de pavor e ensinamento. Enfim...


Moi, meu amor, vem me visitar, agora estou no interior, aqui só se perde meio ano de vida, se não morrer de tédio antes. rsrs

Fer Pereira.



Segue aí essa obra de arte:


Saudades das paulistas

Gente, hoje quero falar de um dos sentimentos que me moveram a escrever o blog. Quando me vi adulto, sem ter a deliciosa “desculpa” de que estou estudando, me formando, buscando meu futuro, comecei a sentir muita saudade. Não saudosismo, mas saudade. Falta de pessoas queridas, de tempo, de assistir TV à tarde. Muita falta!

Saudade pra mim é isso: uma falta presente. Não é ausência, mas uma falta que lateja na cabeça. E a falta que sinto dos meus amigos é uma coisa constante na vida. Esse post é uma homenagem a algumas amigas e alguns amigos que não estão por perto de mim ou que, pelo menos, não estão tão perto como eu gostaria.

Vou falar de duas especificamente. Elas são irmãs gêmeas. Paulistas. Lindas. Chegaram na minha vida no meio da minha adolescência, onde eu era nada. Nada mesmo. Aliás, a adolescência é o limbo do ser humano, né? Crianças são fofas, adultos são adultos, velhinhos são lindos e adolescentes são o limbo.

Eu tenho origem paulista, afinal minha mãe é de lá, mas nunca curti aquele povo maluco. Correndo o tempo todo e, no fundo, devia haver algum tipo de complexo por eu ser baiano e eles (os paulistas) serem cruéis conosco. Claro que não são todos, viu! Generalizações não fazem meu perfil.

Elas me arrebataram. Eram lindas, companheiras, sensíveis, inteligentíssimas. Desde aquela época eu achava inteligência afrodisíaca. Eu era apaixonado por elas. Uma mais calma, mais ponderada! A outra era um vulcão, impulsiva, acalorada. Nada sexual, mas carinho mesmo! Vontade de estar por perto, de dividir coisas.

Eram mais jovens que eu, o que poderia tê-las colocado na categoria "gurias paulistas". Eu era péssimo naquela época: preconceituoso, chato, meio metido até (talvez ainda seja isso, né). Elas eram um frescor pra mim, principalmente no local onde eu morava. Nunca me senti aceito lá e nunca aceitei o fato de viver lá, coisa que todo adolescente sente, né! Nada de dramas, hein!

Elas tinham uma história familiar bonita, meio épica. Vieram de carro de Sampa pra cá, com uma trupe de irmãos e irmãs. Tipo “Pequena Miss Sunshine”, sabe?

Para vocês terem idéia do quanto elas foram importantes: são as únicas quatro pessoas (excluindo minha mãe) para quem eu mostrei todas as minhas poesias. Gente, todo adolescente escreve poesias, né? Ou faz voto de silêncio ou tenta se matar, aquelas coisas!

Cultas, gostavam de arte, de poesia, de teatro e eram entendidas também da cultura pop. Me apresentaram algumas bandas de rock, que na minha vida provinciana nunca tinham tido espaço. Eu gosto de Madonna por causa delas.

Depois de um tempo elas voltaram para a paulicéia desvairada e eu fiquei aqui, na cidade dos sobrados! Desde então eu sinto muita saudade! Eu nunca pensei em mudar de Salvador, nem visitar São Paulo, mas por elas iria pra lá! Mesmo que fosse numa visita, só para encher o pulmão de gás carbônico e perder uns dois anos de vida!

Esse post é pra dizer que morro de saudades delas e de um monte de outras pessoas que passaram e marcaram minha vida.

Tem também Jú Corbal, Najara, Eli, Leila, Bruno Maiky, Bibi, Léo, Daniel (Astro), Camila, Aline, Duda, Júnior. Um monte de gente que não vejo ou falo todo dia, mas que me faz uma falta danada.

Beijo, Para Flá e Fê! Beijos para Fran e Fabi também (elas devem estar lindas, né?!)


Moisés Brito

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