Colaboradores

segunda-feira, 20 de outubro de 2008


Um pouco em cima da hora... Mas, quem puder comparecer ficarei muito feliz!


Trata-se de uma coreografia estrutura em uma jam sessions (roda de improvisação) que foi construída ao longo do ano.
Juntamos nos jogos a história de dança e a identidade de cada um dos criadores-intérpretes, assim como nossas críticas e questionamentos acerca do universo da dança.


Quem dança?


Que corpo pode dançar?


O que é dança?



Fernanda Moreno




terça-feira, 19 de agosto de 2008

Aí ele puxou o gatilho e a bala atravessou a cabeça, a namorada viu tudo, tentou evitar, mas ele não quis, desistiu... A irmã na OAB e ele tentando um concurso público, qualquer um, qualquer que fosse, mas ele desistiu...
Num mundo cão, competição é a vez. Tiro na cabeça, jogar-se no trilho, é sensação, é noticiário, e melhor ainda, assunto nos cantos da faculdade. Mas ele só desistiu...
Louco! Insano! O que esse cara fez? Último ano da faculdades, podre de rico, mas ele só desistiu. Aquela foi a sua última força ou a primeira delas...
O aperto no coração confirma a humanidade ainda existente, mas jovens ainda continuarão se matando e nós?
Nós: noticiando...


(Baseado em história real e bastante atual.
Ivo, fica na paz dos Anjos)

Fer Pereira

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

meia palavra basta.
FerPereira

Fala Herbert:

Cirurgias de lipoaspiração? Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração???Uma coisa é saúde outra é obsessão. O mundo pirou, enlouqueceu!!!.Hoje, DEUS é a auto-imagem.Religião, é dieta.Fé, só na estética.Ritual é malhação.Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem.Gordura é pecado mortal.Ruga é contravenção.Roubar pode, envelhecer, não.Estria é caso de polícia.Celulite é falta de educação.Filho da p...bem sucedido é exemplo de sucesso.A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada alem da imagem, imagem, imagem.Imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa.Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, orelacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.Não importa o outro, o coletivo. Jovens não tem mais fé, nem idealismo, nem posição política.Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.OK, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar correr, viver muito, ter uma aparência legal, mas...Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovenslipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural.
Não é, e nem pode ser.Que as pessoas discutam o assunto.
Que alguém acorde. Que o mundo mude. Que eu me acalme. Que o amor sobreviva. "Cuide bem do seu amor, seja ele quem for".

* Herbert Vianna* - Paralamas do Sucesso

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Estive na bela Casa das Rosas na quinta-feira passada para ver a Quinta Poética promovida pela Editora Escrituras e lá havia alguns poetas, uns mais conhecidos outros não, enfim foi um começo de noite extremamente agradável. Fica aí um dos poemas lidos por Mário Bortolotto, que não para menos deixou todos de boca aberta, como sempre.

FerPereira


UM LUGAR LEGAL PRA ESTAR
(WHEN THE MUSIC STOPS)

Ela me disse casualmente
que havia notado a mancha de sangue na minha camisa
Disse a ela: Não se preocupe, não é nada
Ela respondeu: Eu não tô preocupada
Resmunguei: é melhor assim
Achei que podia me divertir um pouco
assistindo uma luta de boxe na tv
Tirei a camisa manchada de sangue e joguei no tanque
Ela vestiu uma micro-saia e saiu pra rua
Abri uma cerveja e resolvi esperar
Os ponteiros do relógio eram guilhotinas no meu pescoço
Quando ela voltou, não falei nada
Fiquei no escuro vendo ela se mexer
deixando cair sua saia
no caminho pro banheiro
Deixou a luz acesa e ouvi o barulho
não vou usar de eufemismos nesse momento
pra dizer o que ela estava fazendo
somos um casal com tempo de serviço
nossa indiferença mútua provava isso
meu enorme peso no sofá atestava isso
Ela acendeu um cigarro no escuro da sala
e a chama do isqueiro fez com que ela me notasse
"é mais difícil do que você imagina", ela disse
e o seu desprezo me acertou como um blefe de pôquer
Ainda ficou um tempo olhando pra mim
antes de vencer o orgulho e perguntar
"O que era a mancha na sua camisa?"
"Já disse. Não é nada. Não precisa se preocupar"
Ela soltou um foda-se e foi pro quarto,
deitou e ficou fumando olhando o teto
Levantei e fui até o banheiro
Cambaleei e tive que me apoiar na porta
Abri o armário e peguei o mercúrio cromo
ou você não sabia que a maioria das histórias de amor
terminam com alguém limpando as feridas?

(Bortolotto, M.)
Fonte: Blog dele, que é um dos meus links abaixo (dramaturgo)

domingo, 3 de agosto de 2008


Hoje passei por cima da ponte e sem notar olhei para baixo.
Passei por cima da ponte, olhei para baixo e desviei para não desviar o olhar.
Lutei contra minha fraqueza. Foi, certamente, o minuto mais demorado da minha vida. Mas não aguentei, fui fraca, e voltei meus olhos para o chão do ônibus.
Raramente tive ao meu lado pessoas que seguravam minha mão quando tinha que enfrentar o que quer que fosse. Na verdade, sempre tive quem me dissesse para não fazê-lo, para relaxar já que o tropeço é inevitável, e acabei demorando para descobrir que ele não é.
Dói para cacete ser induzida por pessoas que amo e que acho que me amam também, a fazer coisas que me causam o mal, que me fazem ser fraca, que me fazem cair e por consequência fazem cair quem está me segurando.
Bom mesmo é ter ao lado quem bate na minha cara e diz: "Você não vai fazer essa merda!". Nessas vezes não faço. Nessas vezes não me arrependo.
Foi a primeira vez que fiquei tanto tempo olhando para baixo. Hoje a altura não me assustou tanto. Hoje meu medo era outro. Preocupava-me com você.
Tua fraqueza me deixa fraca. Tua força me faz forte.
Tô segurando sua mão, porra!!! E Farei de tudo para não te deixar cair.


Scarlett Martins

sábado, 2 de agosto de 2008


Processo

Há certos momentos em nossas vidas que a gente precisa dar outro passo, seguir novos rumos. Termos coragem de simplesmente esquecer o passado e tomarmos novas decisões e mandar todo o resto à casa da merda.
Não que isso seja fácil, aliás nunca é, e nessas horas nada melhor do que possuir clareza nos nossos planos e objetivos.
Mudar faz bem, desafiar os nosso medos, sem se fingir, mas realmente sendo feliz!
Muitas vezes isso depende apenas de um novo andar, um diferente andar, para seguirmos muito mais satisfeitos. Mesmo que de alguma forma seja duro no começo, tudo fica mais fácil depois de certo tempo, principalmente quando a gente acredito em anjos da guarda. Eu acredito no meu.

Lembrem-se, tudo é um processo.



Fernanda Pereira

segunda-feira, 28 de julho de 2008


Pessoal, agora mais do que nunca vamos ser bombardeados de informações relacionadas à canditadura de vários políticos. Para os menos informados temos as eleiçãos de prefeitos e vereadores em outubro.

Para não cairmos na ladainha dos políticos, muito menos em seus falsos sorrisos e idiotas jingles, encaminho um link de alguns políticos "sujinhos", só para lembrarmos de alguns nomes e NÃO cometermos o mesmo erro, colocando esses porcos no pleito, muito menos levá-los à vitória. Conto com o espírito político de vocês para uma eleição menos forjada, lembrando que podemos cobrar os nossos candidatos agora e depois deles terem vencido as eleições, não nos apaziguemos!
Caso você não tenha candidato, não tenha medo de votar NULO, isso também é democracia e fiquem tranquilos, pois esse voto não vai para quem estiver ganhando, só o voto em BRANCO que leva a isso.


Forte abraço.


Fer.

LINK:

http://spreadsheets.google.com/pub?key=p6SOErm38u1Oy0mSntoL1bQ

quinta-feira, 24 de julho de 2008




Que fiquem nas fotografias

as lembranças e os murmúrios, os gestos e os risos, as piadas e os palpites

que fiquem nas fotografias

e a bebida azul n´ alma

que fiquem nas fotografias

os medos, as drogas, as manias e as torturas

que fiquem nas fotografias

de resto, é noite

e disso me lembrarei
Fernanda Pereira

segunda-feira, 30 de junho de 2008


Após passada a XX semana "Luiz Antônio Martinez Correa" até me arrependi dá maneira que tratei num post passado, dizendo que "se valesse a pena" eu postaria algo sobre a semana, enfim, havia me esquecido da qualidade da semana Luiz Antônio. Gente, não tenho nem como descrever; fui ver a abertura em que fizeram uma pequeno culto a Dioniso entre outras figuras expressivas do teatro como Arlequim, enfim passaram pelas épocas: clássica, dell´ arte, moderna e contemporânea, chegando à Praça Pedro de Toledo nos deparamos com um ônibus já em posição para apresentar: era o grupo As Graças, um grupo retirante que estava lá, literalmente para mostrar a sua graça, na peça "Nas rodas do coração". Depois num outro dia foi ver a montagem do grupo Armazém para a tragédia carioca nelson rodriguiana "Toda nudez será castigada", que foi simplesmente perfeita, a que mais me suprendeu e tirou o fôlego de todas as seis que assisti ao longo da semana. O grupo carioca revelou o porquê de estarem a tanto tempo atuante (cerca de vinte ou trinta anos me parece), nota mil para atuação, iluminação e principalmente cenografia que estavam esplêndidos.

Outra espetáculo que me deixou a ponta de chorar e que deu até um aperto no coração quando ia chegando ao fim foi "Taniko- O rito do mar" encenado pelo grupo Uzina Uzona e dirigido pelo insano (e mais gentil que eu imaginava) Zé Celso. O diretor, depois do espetáculo, levou o público até uma parte externa do sesc, onde se passava a peça, e lá havia uma fogueira posta e aqueles que se interessaram puderam juntamente com ele e todo elenco entoar cantos de festa junina, indígenas, além de curtir os poemas improvisados por Celso. Foi incrivelmente belo!

E por fim, outras três foram as apresentações do Folias, Galpão e XPTO que não de maneira meno bela, fizeram suas apresentações, deixando-me numa semana cheia de encanto e inspiração.

Fica aí o meu parabéns e muita obrigada pela excelente semana oferecida pela Secretaria da Cultura de Araraquara.



Abraços.



Fernanda Pereira

quinta-feira, 19 de junho de 2008


Olha eu vou te contar, às vezes conhecemos pessoas na vida que são para mexer mesmo e tudo parece que pensado sutilmente por alguém X, que adora brincar com o nosso destino. Depois de retomar contato com um grande amigo-parceiro-companheiro-desejo sexual de infância- amor platônico- baiano retado, enfim, sou arrebatada com um lindíssimo texto ("saudades das paulistas") lançado no blog dele, e produzido por ele é claro, em homenagem a mim e ao meu duplo (como chamam a minha linda irmã gemela, Flá).


E eu sei o que eu passei (sabe aquela coisa? "Só eu sei as esquinas por que passei, só eu sei...") como foi difícil deixar a minha cidade e parte da minha família e amigos para essa louca empreitada de meu pai, mas esse carinha chamado Moisés facilitou e muito toda essa passagem, que eu lembro como um mix de pavor e ensinamento. Enfim...


Moi, meu amor, vem me visitar, agora estou no interior, aqui só se perde meio ano de vida, se não morrer de tédio antes. rsrs

Fer Pereira.



Segue aí essa obra de arte:


Saudades das paulistas

Gente, hoje quero falar de um dos sentimentos que me moveram a escrever o blog. Quando me vi adulto, sem ter a deliciosa “desculpa” de que estou estudando, me formando, buscando meu futuro, comecei a sentir muita saudade. Não saudosismo, mas saudade. Falta de pessoas queridas, de tempo, de assistir TV à tarde. Muita falta!

Saudade pra mim é isso: uma falta presente. Não é ausência, mas uma falta que lateja na cabeça. E a falta que sinto dos meus amigos é uma coisa constante na vida. Esse post é uma homenagem a algumas amigas e alguns amigos que não estão por perto de mim ou que, pelo menos, não estão tão perto como eu gostaria.

Vou falar de duas especificamente. Elas são irmãs gêmeas. Paulistas. Lindas. Chegaram na minha vida no meio da minha adolescência, onde eu era nada. Nada mesmo. Aliás, a adolescência é o limbo do ser humano, né? Crianças são fofas, adultos são adultos, velhinhos são lindos e adolescentes são o limbo.

Eu tenho origem paulista, afinal minha mãe é de lá, mas nunca curti aquele povo maluco. Correndo o tempo todo e, no fundo, devia haver algum tipo de complexo por eu ser baiano e eles (os paulistas) serem cruéis conosco. Claro que não são todos, viu! Generalizações não fazem meu perfil.

Elas me arrebataram. Eram lindas, companheiras, sensíveis, inteligentíssimas. Desde aquela época eu achava inteligência afrodisíaca. Eu era apaixonado por elas. Uma mais calma, mais ponderada! A outra era um vulcão, impulsiva, acalorada. Nada sexual, mas carinho mesmo! Vontade de estar por perto, de dividir coisas.

Eram mais jovens que eu, o que poderia tê-las colocado na categoria "gurias paulistas". Eu era péssimo naquela época: preconceituoso, chato, meio metido até (talvez ainda seja isso, né). Elas eram um frescor pra mim, principalmente no local onde eu morava. Nunca me senti aceito lá e nunca aceitei o fato de viver lá, coisa que todo adolescente sente, né! Nada de dramas, hein!

Elas tinham uma história familiar bonita, meio épica. Vieram de carro de Sampa pra cá, com uma trupe de irmãos e irmãs. Tipo “Pequena Miss Sunshine”, sabe?

Para vocês terem idéia do quanto elas foram importantes: são as únicas quatro pessoas (excluindo minha mãe) para quem eu mostrei todas as minhas poesias. Gente, todo adolescente escreve poesias, né? Ou faz voto de silêncio ou tenta se matar, aquelas coisas!

Cultas, gostavam de arte, de poesia, de teatro e eram entendidas também da cultura pop. Me apresentaram algumas bandas de rock, que na minha vida provinciana nunca tinham tido espaço. Eu gosto de Madonna por causa delas.

Depois de um tempo elas voltaram para a paulicéia desvairada e eu fiquei aqui, na cidade dos sobrados! Desde então eu sinto muita saudade! Eu nunca pensei em mudar de Salvador, nem visitar São Paulo, mas por elas iria pra lá! Mesmo que fosse numa visita, só para encher o pulmão de gás carbônico e perder uns dois anos de vida!

Esse post é pra dizer que morro de saudades delas e de um monte de outras pessoas que passaram e marcaram minha vida.

Tem também Jú Corbal, Najara, Eli, Leila, Bruno Maiky, Bibi, Léo, Daniel (Astro), Camila, Aline, Duda, Júnior. Um monte de gente que não vejo ou falo todo dia, mas que me faz uma falta danada.

Beijo, Para Flá e Fê! Beijos para Fran e Fabi também (elas devem estar lindas, né?!)


Moisés Brito

quarta-feira, 18 de junho de 2008


Continuando na minha saga em prol à cultura, neste fim de semana inicia a semana "Luiz Antônio Martinez Corrêa" que eu acho que se tem um bom motivo para se morar em Araraquara é devido a essa semana (rs!). Uma semana inteira dedicada às artes, principalmente ao teatro, já que faz homenagem ao Martinez que foi um grande dramaturgo.

Eu curtirei algumas coisas como uma montagem da Cia Armazén do Rio para "Toda mudez será castigada" e na abertura teremos uma homenagem ao Deus Dioniso (opa, esse promete hem!). Se valer a pena, realmente a semana for muito boa, eu posto alguma coisa, só para ficaram com água na boca, pois realmente o meu tempo está super escasso para escrever e tals.


Beijos


Fer Pereira

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Jornaleiros Noveleiros


A vida íntima ganha cada vez mais espaço na mídia, nos questionamentos, nas relações políticas, afetivas ou inimigas. A novela vence. Toda e qualquer informação procura saber as características, os gostos, as qualidades, os defeitos, os prazeres, os desprazeres, amores passados e futuros, as histórias individuais de algum indivíduo que perdido no meio de um coletivo é intimado e sorteado para ser a cobaia da vez, a cobaia da novela das 8, do globo, da folha, do estadão, de qualquer um desses jornaleiros noveleiros que estão espalhados a milhares debatendo-se por ai.
Quem irá querer saber as raízes da história? As causas? As conseqüências? O motivo? O desmotivo?
O rapa teve mais uma ação no Vale do Anhangabaú! Limpou as ruas da sujeira humana!
Ele age na limpeza das ruas da cidade? Desde quando?

Por que? Pra que? Pra quem? Pra onde?
Jogaram água nas pessoas e levaram seus cobertores? E ainda era uma noite de inverno?
Por que? Pra que? Pra quem? Pra onde?
Para tirá-las da vista! Das esquinas! Do olho! Do nariz! Do corpo! Dos pontos! Do nosso incomodo!

Por que?



Fernanda Oliveira

terça-feira, 3 de junho de 2008

Hoje em dia a pizza vem congelada, a roupa lava sozinha, o Mc Donalds entrega em casa, e o filme não precisa mais rebombinar. Ninguém abre a Barsa pra fazer um trabalho, cada um tem seu celular, e é tudo tão cômodo que a gente até se esqueceu que nem sempre foi assim. A tecnologia nos deu um mundo novo: mais rápido, mais fácil e, antes de mais nada, passageiro. O hotmail rasga automaticamente as minhas cartas, as fotos somem sempre que o computador estraga, todo mês a Motorola lança quatro ou cinco modelos diferentes de celulares. Estranho? Claro que não. Já estamos tão acostumados que mal percebemos a insolidez e instantaneidade das coisas. E não é à toa. Nos vestimos assim, comemos assim, e o mais triste: nossos relacionamentos também são assim. A minha geração inventou o 'ficar' e admite tranquilamente sexo sem compromisso. Diferente da minha mãe, eu não preciso namorar pra beijar na boca, nem casar pra deixar de ser virgem e, se aos 16 eu me sentia em vantagem, hoje eu começo a admirar aqueles tempos. Para onde foi o romantismo, o amor verdadeiro, as flores, as declarações? O que aconteceu com a intimidade, com o respeito e a confiança? Será que ninguém mais acredita na felicidade calma das terças feiras chuvosas, na alegria constante de se querer quem se tem? A verdade é que eu cansei dessas competições infames de 'quem demora mais pra responder o telefonema', chega desse teatro infantil do 'vou fingir que eu não vi'. O amor é um jogo esquisito, em que só se ganha quando dá empate. Não quero sair por cima, muito menos sair por baixo, o que eu quero é sair ao lado; e de mãozinha dada, se for possível. O consumismo nos induz a um estado de insatisfação permanente, que aplaude o digital e o descartável e abomina tudo o que é eterno e trabalhoso. Talvez seja por isso que a idéia de amar assuste tanto: a concepção de um sentimento duradouro e complicado contraria os valores vigentes, tornando-nos confusos e vulneráveis. É fácil conquistar uma menina por uma noite, é fácil ser atraído por um decote, difícil é querer estar com ela o tempo todo, difícil é não ter medo de ser feliz! Eu posso parecer atrasada e até meio cafona, simplesmente não tenho outra opção. Enquanto a internet não disponibiliza uma versão melhor, eu fico com esse meu coração de sempre, que já não acredita em romances express, nem se contenta com amostras grátis de amor.


oh triste realidade...o bom é saber que eu fiz trabalhos de escola consultando a Barsa...

Texto recebido no e-mail pela titia Rose.
autoria anônima.

quarta-feira, 14 de maio de 2008






“Continuo dizendo não. Não a esse sentimento que insiste em queimar contra a força de mil litros d’água. Amor que é sonho. Sonho eterno. Irrealizável. Quisera ver-te sentir tal amor. Ser feliz. Ser feliz com outro alguém. Quisera dar tal amor. Não a você que não o quer, mas a ele que o almeja. Mas a isso também digo não. Digo não, porque em mim não manda a razão, mas o coração, e este reserva meu amor a ti. É escravo desse sentimento. Alegrar-me-ei quando for liberto. Enquanto isso continuarei negando àqueles que indagam e perguntam e fingem não saber: “Seu sentimento foi morto?” “Sim,- direi a eles- morreu”. E a verdade continuará ecoando no interior. E ficará mais forte. E então bradarei! Mas não o farei em alta voz...”

Scarlett Freire

terça-feira, 22 de abril de 2008

Já eram duas da tarde de uma sexta-feira ensolarada e ele me levou até o ponto, um ponto de ônibus do lado de sua faculdade. Me pareceu com mais receio do que de costume, me olhava e chorava sem lágrimas. Me levou até o ponto porque tinha aula ainda nesta sexta-feira de sol que podia ter sido só nossa.
Eu não queria ir; ir pra casa comer, fumar, ligar o som e pensar nele... Pra que? Eu não queria ir. Sentia que ele também não queria, mas o medo era maior, sempre maior que nós...
Eu disse: "queria ver o que você faria se fosse com você". Ele me olhou, respondeu, mas eu não quis ouvir. Eu procurava seus olhos e seus lábios a todo instante, e ele nada, parecia que o desejo e o medo o consumiam e o meu corpo dançava para o seu.
Ele dizia: "tenho que ir, tenho aula". E eu continuava a pedir sua compania.
- Que horas você sai amanhã?, me perguntou. "Eu não trabalho amanhã", respondi. Nos olhamos.
- Podemos tentar nos ver, murmurou ele, e eu, com toda a pressa, concordei. Eu olhava sua boca, ele fugia da minha. Me disse que já ia e se levantou. Eu sentei e iniciei uma nova conversa, um novo olhar... Ele se sentou novamente. Não queríamos ir. E o dia corria...
Ele me disse que daria aulas amanhã e que assim que terminasse me ligaria, prometeu, meu olhar abaixou. Tocou em minha perna - não, não acho que alguém tenha visto - e me disse: "tenho que ir" se levantou e foi...e foi... Eu o acompanhei até a esquina, com o olhar e com o desejo. Alguns minutos de incerteza e o ônibus chegou, eu entrei e fui...e fui...


Em memória a dois seres completamente apaixonados e distantes (por medo e por medo) que “me deram” a chance de presenciar esse sentimento, por poucos momentos...


Fernanda Oliveira

segunda-feira, 14 de abril de 2008


"Se não fosse você"

Se não fosse você eu me perderia
mendigaria a atenção de ouvintes mudos
Soluçaria meu choro triste para espaços vãos
Me abraçaria ao travesseiro sujo de uma rotina mórbida
Comentaria filmes tristes num cinema vazio
Me apoiaria em ombros duros de rochas frias
Beijaria as costas do cotovelo
Me deitaria em desertos
Viveria em solilóquios
Faria amor com o nada
Se não fosse você
eu não teria alegria
Não compraria sapatos novos
Não acordaria cantando
Não almoçaria todos os dias
Não tomaria o ônibus pro trabalho
Nem trabalharia
Mendigaria
Subsistiria
Minguaria
Não viveria
Sorrindo"
Lincoln Martins

sexta-feira, 11 de abril de 2008




RESPOSTA AO POETA (PARTE 1)

Meu querido poeta, primeiramente devo desculpar-me por minha insensatez e descuido de te deixar sem resposta. Sei que quaisquer desculpas não serão aceitas, mas deixo aqui a desculpa que é válida; meu acesso ao mundo da internet é escasso e para ver com cuidado os blogs de meus contatos é mais complicado ainda, espero que entenda, e mais ainda entenda que, mesmo com demora, a resposta dessa linda carta que você escreveu chegou e com estima.
Amigo, não precisa se preocupar com as poucas visitas, continuarei cobrando-as, pois quero que você venha sempre. Também perdôo você por ter trocado a cama da Renata pela companhia do Lelis, afinal era a “questão cevada” que estava em jogo. Posso continuar buscando você na Rodoviária, mas da próxima vez juro que deixarei anotado o meu endereço naquele seu caderninho bizarro de telefones (rs), o qual acho que não sobrevivi mais...rs ...coisas de Hiro!
Hiro, nem vou rasgar seda pra você, só porque você é meu querido poeta...:o)
Contudo, não posso deixar de dizer que te adoro e que você é incrível...Adoro seu jeito “hippongo” e “locão”..:-) Fala com todo mundo quando passa, conhece umas 500 mil pessoas, fez um curso de faculdade completamente sem noção, pois não tem nada a vê contigo...rs...Você é “humanóide”!, fora que é galanteador pacas, né, coração??!!!!! (te conheci através disso e minha anja que o diga!!!rsrs), é gente-boa pra cac..., e claro muito inteligente, antenado, eu que adoro bater papo com você, sempre muito cabeça e hilário ao mesmo tempo, por fim, preciso do seu endereço para te mandar um card que você viu aqui em casa e gostou...para você colocar na Hirolândia, aliás, você colocou aquele outro??? Foi com dedicatória e tudo....:-)
Bom coração, espero que você retorne logo, ou terei que ir até a cidade que não dorme comer a macarronada da mamis! Estou devendo também uma visita.
Ah! Prometo que da próxima vez eu bebo com vocês no boteco, é porque precisava estudar, mas um dia largo dessa vida...rs.
Ah2! Vamos para Bueno comer coxinha??
Ah3! Não se esqueça das fotos e do vídeo, grava em uma mídia e me manda, acho que é mais fácil do que mandar por email.
Ah4! Precisamos ir ao show do Cordel juntos novamente, para as pessoas caírem em cima de nós...... rsrsrsrs
Forte abraço e beijos da “querida professora”,

Flávia Pereira:o)

terça-feira, 8 de abril de 2008

Ao meu poeta de buteco
(e ao novo style da Hirolândia rsrs)

...assim de pronto já peço desculpas pela demora até na leitura da carta, mas é que sempre demoro para responder cartas...será que é para curti-las mais? enfim...
Oh querido poeta, pode sempre pedir para ir buscá-lo, pois mesmo meio a xingos eu irei (o seu desejo é o meu prazer, será?rsrs. Vê se aprender a andar em Araraquara hem?!).
Menino se você ama as minhas divagações (e de minha irmã) mais ainda eu amo as suas, nossa, como está difícil fazer amizades sinceras, sem cobrança sabe? e eu sinto que a nossa é muito assim, sem cobrança ou negociações, aliás eu tenho a sorte de amizades tranquilas com sabor de fruta mordida, azar no amor, mas...Também está cada vez mais difícil achar pessoas inteligentes e espirituosas como você. Nós vemos jovens se matando de várias maneiras, seja nas drogas ou na corrida estressante por um cargo alto no mercado de trabalho, mas você não (o Hiro não!). Você está na sua Hirolândia, no seu conto de fadas e eu acho que é por isso que as pessoas se incomodam, te mandam trabalhar, ter uma vida mais responsável, mas quer mesmo saber meu querido japonês (chega bem perto para eu falar no seu ouvido): é pura inveja viu...


Amo muito!

:O)

Fernanda Pereira

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Gostaria de dedicar esse pequeno espaço, sem muitas palavras, para fazer uma singela homenagem a uma grande pessoa, a um grande mestre que nos deixou, indo causar com certeza em outros planos, com o seu humor e catives.
Queridíssimo Prof. Nóbrega um poema para ti, voe com os anjos.



O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. (Fernando Pessoa)


Fernanda Pereira

terça-feira, 25 de março de 2008



... é encontrar em seu corpo um abrigo qualquer.
Um refúgio em seus ardentes beijos e abraços.
Depois de cada despedida saber que depois poderei descansar em seus braços;
Morrer de prazer em estar deitada ao seu lado;
Ouvir sua voz cantar uma música qualquer e ver delicadamente seu dedilhar no violão...
Posso repousar o meu olhar em seu olhar e me sentir atraída
Por tanto tempo em que os dias permitirem e as insônias persistirem
Enquanto o pensamento não cansar
Enquanto nossa liberdade nos prender
seremos nós perdidos em nós mesmos,
nas quimeras e promessas, besteiras e confissões
alegrias e decepções que são só nossas
e permanecerão nossas
por cada instante de desejo, de paixão , de envolvimento, de entrega, de lágrima caída na plataforma enquanto lembro da despedida;
Tudo continuará enquanto soubermos que todo receio que sentíamos antes, agora se transforma na certeza , uma certeza medrosa, mas que nos envolve, enleia, ata-nos.
..é querer estar assim, assim..


"Não se afobe, não que nada é pra já. O amor não tem pressa ele pode esperar em silêncio, num fundo de armário, na posta-restante, milênios, milênios..."
Flávia Pereira

segunda-feira, 17 de março de 2008

Postagem breve, apenas para escrever a respeito da peça que eu fui assistir nesse fim de semana com a excelente companhia de minha maninha e do meu japonês favorito Hiro (não o Nakamura hem rs). A peça se chama "As Olívias Palitam", peça conhecida, bastante comentada, tanto que tive que ficar na fila de espera para tentar entrar. Peça de excelente qualidade, uma comédia gostosa (fazia tempo que não via uma), inteligente e saudável. Não. Não tinha bunda, seios ou outras partes do corpo. Através de sketches trataram de várias situações tipicamente femininas, mas não é uma peça feminista não, muito pelo contrário, os homens não saem ofendidos e se divertem bastante também, afinal eles passam até por um treinamento de como fazer a ligar no dia seguinte, fabuloso!

Vale a pena conferir quem tiver a chance, elas estão "viajando" junto com a Viagem Teatral do Sesi, logo, devem aparecer em muitas cidadelas por aí. Atentem-se.

Sem mais

Abrass...

aí vai um link delas, tem vários no youtube dêem uma olhada:

http://br.youtube.com/watch?v=2TWNWZqslng&feature=related


Fernanda Pereira

domingo, 2 de março de 2008

A insegurança se segura na insegurança da alucinação
Elas...

De leve tocam os lábios
Pelas mãos lisas
Nos meus... sinto

No cheiro feminino há grandeza indistinta
Suavidade avasaladora

No corar dos ombros
Há a fraqueza do outro
Que perde-se
Na opressão dos feminis ombros

O olhar profundo
Enganador
Conquistador
Leva-te à imensidão
...

Elas passam por mim
Largam vestígios de si
e passam...

Cada olhar uma paixão
Cada perfume de pele um delírio

Alucinadas
Alucinados

Por um contorno
Um desejo

Elas tocam o chão
Ultrapassam a realidade

São suas mãos
Seus fios (rebeldes) de cabelo
Que me perdem em mim mesma

A cada toque
Tumulto
Interno e externo
Meu e seu

Causado por alucinógenas mulheres...

Fernanda Oliveira

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Fala poetas, uma dica para quem gosta de escrever e está em Sampa no dia 26/02, infelizmente eu não estarei para curtir esse lindo evento que ocorrerá lá na Pça. Roosevelt no Espaço Parlapatões. É uma premiação a poetas e intérpretes das poesias, ou seja, além de ganhar um prêmio em dinheiro bacaninha, ainda pode ficar perto de caras maravilhosos como Hugo Possolo, Mário Bortolotto (que aliás será um dos jurados) e, claro, um monte de poetas. Inveja total de quem estiver lá :O)



http://www2.uol.com.br/parlapatoes/parlapaticias/concurso_poesia.htm

.......mudando de assunto.......


Gostaria de avisar a quem posta, assim como a quem lê esse blog, que a partir de hoje postaremos também, pelo menos eu e para quem mais desejar, umas críticas a respeito do que temos visto na área cultural (peças, shows, filmes etc) para a galera ficar esperta com que o rola de melhor no circuito cultural de Sampa e adjacências, beleza?

Sem mais
Abrass...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Passando apenas para deixar uma dica, estava eu limpando a minha sala e ao ouvir essa música achei justo deixá-la aqui no Nesga, pois eu simplesmente a adoro, principalmente a “atitude” da bateria e a levada de soul dela. Além é claro, da magnífica letra que nos diz muito e da enérgica voz da Adriana. Fica aí a dica logo no início da semana para quem nunca ouviu possa conhecer e para quem já ouviu, mas não se lembra está aí a letra, infelizmente não consegui o link da canção, mas vocês acham fácil no CD de mesmo nome que a música: “Senhas”. Acabam-se as férias e eu volto para Pasárgada, terra–da-laranja e aguardo visitas nesse novo ano hem! Pois Araraquara é um tesão!


“Eu gosto dos que tem fome, dos morrem de vontade, dos secam de desejo, dos que ardem.”

Abraços a todos.

Fer Pereira


Senhas
Eu não gosto de bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos
Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas o que eu não gosto é de bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos modos
Não gosto
Eu aguento até os estetas
Eu não julgo a competência
Eu não ligo para etiqueta
Eu aplaudo rebeldias
Eu respeito tiranias
E compreendo piedades
Eu não condeno mentiras
Eu não condeno vaidades, o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos modos
Não gosto
Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem...
Adriana Calcanhotto

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Doce infância

Que triste, encontrei a minha infância estirada no chão. Tia Anastácia com o seu velho e fétido cachimbo estendia as suas mãos velhas ao vento, lentamente, dolorosamente a busca do nada
Várias personagens da minha infância, hoje, estão estiradas ao chão a procura da salvação, do sorriso libertador de uma criança.
Fernanda Pereira

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008


“De onde ela vem? Essa busca. A necessidade de desvendar os mistérios da vida, quando as coisas mais simples nunca serão respondidas.
Por que estamos aqui? O que é a alma? Por que sonhamos? Talvez seja melhor não procurarmos respostas. E não seguirmos esse desejo de saber. Mas a natureza humana não é assim. Nem o coração dos homens. Não é por isso que estamos aqui. Mesmo assim, lutamos para fazer a diferença, para mudar o mundo e para ter esperança. Mas nunca sabemos quem vamos achar pelo caminho. Quem dentre tantos estranhos vai segurar as nossas mãos? Quem vai tocar nossos corações? E compartilhar o sofrimento de tentar?
Com fogo, amor e morte. Então, tudo acontece. O sonho se torna realidade. E a resposta para essa busca e para desvendar os mistérios da vida finalmente se revela, com a luz crescente de um novo amanhecer.
Tanto o esforço para acharmos o significado e propósito. E, no final, achamos isso uns nos outros. Nessa jornada que fizemos pelo fantástico. E pelo mundano. É a necessidade humana de achar semelhante. Para nos unirmos e para sabermos dentro de nossos corações que não estamos sozinhos.”

(texto extraído do seriado “Heroes”)
Embora eu não seja nada fã desse cara às vezes ele escreve algumas coisas interessantes de serem lidas.
Quando li esse texto e sempre quando me fazem comentários do tipo me lembro logo da canção do lindo Vinícius de Moraes "Samba da Benção":

"Senão é como amar uma mulher só linda. E daí? Uma mulher tem que ter qualquer coisa além de beleza. Qualquer coisa de triste. Qualquer coisa que chora. Qualquer coisa que sente saudade. Um molejo de amor machucado. Uma beleza que vem da tristeza. De se saber mulher. Feita apenas para amar. Para sofrer pelo seu amor. E pra ser só perdão"


Fernanda P.


"NINGUÉM MAIS NAMORA AS DEUSAS


Outro dia, a Adriane Galisteu deu uma entrevista dizendo que os homens não querem namorar as mulheres que são símbolos sexuais. É isto mesmo. Quem ousa namorar a Feiticeira ou a Tiazinha? As mulheres não são mais para amar; nem para casar. São para "ver". Que nos prometem elas, com suas formas perfeitas por anabolizantes e silicones? Prometem-nos um prazer impossível, um orgasmo metafísico, para o qual os homens não estão preparados... As mulheres dançam frenéticas na TV, com bundas cada vez mais malhadas, com seios imensos, girando em cima de garrafas, enquanto os pênis-espectadores se sentem apavorados e murchos diante de tanta gostosura. Os machos estão com medo das "mulheres-liquidificador". O modelo da mulher de hoje, que nossas filhas ou irmãs almejam ser (meu Deus!), é a prostituta transcendental, a mulher-robô, a "Valentina", a "Barbarela", a máquina-de-prazer sem alma, turbinas de amor com um hiperatômico tesão. Que parceiros estão sendo criados para estas pós-mulheres? Não os há. Os "malhados", os "turbinados" geralmente são bofes-gay, filhos do mesmo narcisismo de mercado que as criou. Ou, então, reprodutores como o Zafir, para o Robô-Xuxa. A atual "revolução da vulgaridade", regada a pagode, parece "libertar" as mulheres. Ilusão à toa. A "libertação da mulher" numa sociedade escravista como a nossa deu nisso: Superobjetos. Se achando livres, mas aprisionadas numa exterioridade corporal que apenas esconde pobres meninas famintas de amor, carinho e dinheiro. São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades. Mas, diante delas, o homem normal tem medo. Elas são "areia demais para qualquer caminhãozinho". Por outro lado, o sistema que as criou enfraquece os homens. Eles vivem nervosos e fragilizados com seus pintinhos trêmulos, decadentes, a meia-bomba, ejaculando precocemente, puxando sacos, lambendo botas, engolindo sapos, sem o antigo charme "jamesbondiano" dos anos 60. Não há mais o grande "conquistador". Temos apenas os "fazendeiros de bundas" como o Huck, enquanto a maioria virou uma multidão de voyeur, babando por deusas impossíveis. Ah, que saudades dos tempos das bundinhas e peitinhos "normais" e "disponíveis"... Pois bem, com certeza a televisão tem criado "sonhos de consumo" descritos tão bem pela língua ferrenha do Jabor (eu). Mas ainda existem mulheres de verdade. Mulheres que sabem se valorizar e valorizar o que tem "dentro de casa", o seu trabalho. E, acima de tudo, mulheres com quem se possa discutir um gosto pela música, pela cultura, pela família, sem medo de parecer um "chato" ou um "cara metido a intelectual". Mulheres que sabem valorizar uma simples atitude, rara nos homens de hoje, como abrir a porta do carro para elas. Mulheres que adoram receber cartas, bilhetinhos (ou e-mails) românticos!! Escutar no som do carro, aquela fitinha velha dos Beegees ou um cd do Kenny G (parece meio breguinha)...mas é tão boooom namorar escutando estas musiquinhas tranquilas!!! Penso que hoje, num encontro de um "Turbinado" com uma "Saradona" o papo deve ser do tipo: -"meu"... o meu professor falou que posso disputar o Iron Man que vou ganhar fácil!." -"Ah "meu"..o meu personal Trainner disse que estou com os glúteos bem em forma e que nunca vou precisar de plástica". E a música??? Só se for o "último sucesso (????)" dos Travessos ou "Chama-chuva..." e o "Vai serginho"???... Mulheres do meu Brasil Varonil!!! Não deixem que criem estereótipos!! Não comprem o cinto de modelar da Feiticeira. A mulher brasileira é linda por natureza!! Curta seu corpo de acordo com sua idade, silicone é coisa de americana que não possui a felicidade de ter um corpo esculpido por Deus e bonito por natureza. E se os seus namorados e maridos pedirem para vocês "malharem" e ficarem iguais à Feiticeira, fiquem... igual a feiticeira dos seriados de Tv: Façam-os sumirem da sua vida!!! "


Arnaldo Jabor

domingo, 3 de fevereiro de 2008



PSEUDO



E coloca a máscara, aquece a voz, rememora o texto, já decorado há anos. Texto marcado, nem lhe serve o improviso. Sobe no seu grande espetáculo. Apresenta-se, re-presenta-se. E com sua atuação baila na imaginação do público, se deleita com mentiras, leva o público a sua verdade mesquinha.
Passa-se o tempo... e o público em êxtase vibra, aplaude de pé, arde de encanto, se entrega ao charlatão dos palcos.
As luzes se apagam. O palco nu, e a máscara não caí no camarim. O moço a carrega presa a face, nem se olha no espelho- se olhasse não se enxergaria. Caiu no abismo do seu ego, da sua representação, caiu no abismo de suas convicções e está só. Sem compaixão, sem verdade, só carrega desespero no peito, mas a máscara o segura.
Respira antes de pisar no asfalto, a realidade é mais um espetáculo. Caminha com a máscara presa a fase que logo se estenderá por seu corpo, suas formas, veias, artérias e por fim sua alma. O moço brilhante do palco não é mais nada.
Flávia Pereira

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

O poema envolto no corpo finalmente sai
Num papel branco...
Ao entristecer escreve poemas
Que belo recurso o de deixar a dor falar em palavras
Num papel branco...
As palavras gritam na alma, falam por si só
Porém, no papel claro-branco
Guanha formas e o pobre-homem-leitor se enxerga nele
Como Narciso num reflexo de espelho
Num papel branco, remontam-se rostos
Haja encontro e desencontro
Lindas Letras que perfuram papéis.
Fernanda Pereira

domingo, 13 de janeiro de 2008





O pensamento romano na pós-modernidade

Há uma frase de Sêneca em que ele diz: “A solidão curará a nossa aversão à multidão, a multidão, o nosso tédio à solidão.”, mas será mesmo que a presença de multidões nos levará a simpatizar com ela ou ainda nos fará refletir a respeito de nosso autoconhecimento? Estar entre pessoas nem sempre significa estar bem e com certeza muitos concordarão comigo, no entanto, a aversão a lugares cheios, e não estamos falando aqui de problemas com saúde, pode significar alguma negação pessoal. Quando nos incomodamos com a presença de pessoas ou ainda do olhar delas, de seus cochichos o que pode nos incomodar é algum problema pessoal refletido no outro. A afirmação feita pelo autor romano parece fazer sentido se nos referimos a pessoas que estão muito bem consigo, entretanto, para alguém se incomodar com multidões ou ainda com a solidão, algum problema tem nisso. Não que tenhamos de gostar obrigatoriamente destas situações, mas se tal aversão passa a prejudicar a vida cotidiana é o caso de parar para refletir um pouco. Entender, ou melhor, sentir, solidão é algo que se deve ser feito na marra, assim como compreender que o mundo não se fez sozinho, para isso o amor próprio é importantíssimo: conhecer-se, rir da própria cara na frente de um espelho ou se achar bonito (a) mesmo com a roupa simples de casa. Quando não estamos contentes com algo não há multidão que vença tão tortura ou nos faça esquecer o que nos incomoda, a frase de Sêneca tem sentido sim, depois que temos por certo que uma pessoa não sofre de nenhum problema com ela própria.

Fernanda Pereira

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

De perto fica longe

Ao longe há pés
Buscam o fundo
De tudo de mim
Não há lugar para um rosto
Que urge e ladra
Caça todos
Não foge de nada

Ao longe há pegadas
Dos meus seres
Dos meus loucos seres
Em cada traçado deixaram um sentido
Em cada símbolo, meu transporte
Para sair
Quero sair

Ao longe há morte
Abandonarei a angustia
A busca
A falta
De amigos
De amores
De completude minha

Ao longe há lugar
Para os in-modos
Incertezas
E fúrias
De homens
De sentidos
De presença

Ao longe há gotas
Mostram a estranheza
A desmodulção do meu quadro
Não molda
Não pinta
Não encanta a multidão
Gotas que ferem
Ultrajam meu olhar

Ao longe um sorriso
De vitória
De conquista
Do ser

O ser
Pula
Quebra
Seu próprio muro
Lacra os olhos
Lacra os dedos
Cancela a vida
E vive


Fernanda Oliveira