Colaboradores

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Fala poetas, uma dica para quem gosta de escrever e está em Sampa no dia 26/02, infelizmente eu não estarei para curtir esse lindo evento que ocorrerá lá na Pça. Roosevelt no Espaço Parlapatões. É uma premiação a poetas e intérpretes das poesias, ou seja, além de ganhar um prêmio em dinheiro bacaninha, ainda pode ficar perto de caras maravilhosos como Hugo Possolo, Mário Bortolotto (que aliás será um dos jurados) e, claro, um monte de poetas. Inveja total de quem estiver lá :O)



http://www2.uol.com.br/parlapatoes/parlapaticias/concurso_poesia.htm

.......mudando de assunto.......


Gostaria de avisar a quem posta, assim como a quem lê esse blog, que a partir de hoje postaremos também, pelo menos eu e para quem mais desejar, umas críticas a respeito do que temos visto na área cultural (peças, shows, filmes etc) para a galera ficar esperta com que o rola de melhor no circuito cultural de Sampa e adjacências, beleza?

Sem mais
Abrass...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Passando apenas para deixar uma dica, estava eu limpando a minha sala e ao ouvir essa música achei justo deixá-la aqui no Nesga, pois eu simplesmente a adoro, principalmente a “atitude” da bateria e a levada de soul dela. Além é claro, da magnífica letra que nos diz muito e da enérgica voz da Adriana. Fica aí a dica logo no início da semana para quem nunca ouviu possa conhecer e para quem já ouviu, mas não se lembra está aí a letra, infelizmente não consegui o link da canção, mas vocês acham fácil no CD de mesmo nome que a música: “Senhas”. Acabam-se as férias e eu volto para Pasárgada, terra–da-laranja e aguardo visitas nesse novo ano hem! Pois Araraquara é um tesão!


“Eu gosto dos que tem fome, dos morrem de vontade, dos secam de desejo, dos que ardem.”

Abraços a todos.

Fer Pereira


Senhas
Eu não gosto de bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos
Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas o que eu não gosto é de bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos modos
Não gosto
Eu aguento até os estetas
Eu não julgo a competência
Eu não ligo para etiqueta
Eu aplaudo rebeldias
Eu respeito tiranias
E compreendo piedades
Eu não condeno mentiras
Eu não condeno vaidades, o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos modos
Não gosto
Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem...
Adriana Calcanhotto

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Doce infância

Que triste, encontrei a minha infância estirada no chão. Tia Anastácia com o seu velho e fétido cachimbo estendia as suas mãos velhas ao vento, lentamente, dolorosamente a busca do nada
Várias personagens da minha infância, hoje, estão estiradas ao chão a procura da salvação, do sorriso libertador de uma criança.
Fernanda Pereira

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008


“De onde ela vem? Essa busca. A necessidade de desvendar os mistérios da vida, quando as coisas mais simples nunca serão respondidas.
Por que estamos aqui? O que é a alma? Por que sonhamos? Talvez seja melhor não procurarmos respostas. E não seguirmos esse desejo de saber. Mas a natureza humana não é assim. Nem o coração dos homens. Não é por isso que estamos aqui. Mesmo assim, lutamos para fazer a diferença, para mudar o mundo e para ter esperança. Mas nunca sabemos quem vamos achar pelo caminho. Quem dentre tantos estranhos vai segurar as nossas mãos? Quem vai tocar nossos corações? E compartilhar o sofrimento de tentar?
Com fogo, amor e morte. Então, tudo acontece. O sonho se torna realidade. E a resposta para essa busca e para desvendar os mistérios da vida finalmente se revela, com a luz crescente de um novo amanhecer.
Tanto o esforço para acharmos o significado e propósito. E, no final, achamos isso uns nos outros. Nessa jornada que fizemos pelo fantástico. E pelo mundano. É a necessidade humana de achar semelhante. Para nos unirmos e para sabermos dentro de nossos corações que não estamos sozinhos.”

(texto extraído do seriado “Heroes”)
Embora eu não seja nada fã desse cara às vezes ele escreve algumas coisas interessantes de serem lidas.
Quando li esse texto e sempre quando me fazem comentários do tipo me lembro logo da canção do lindo Vinícius de Moraes "Samba da Benção":

"Senão é como amar uma mulher só linda. E daí? Uma mulher tem que ter qualquer coisa além de beleza. Qualquer coisa de triste. Qualquer coisa que chora. Qualquer coisa que sente saudade. Um molejo de amor machucado. Uma beleza que vem da tristeza. De se saber mulher. Feita apenas para amar. Para sofrer pelo seu amor. E pra ser só perdão"


Fernanda P.


"NINGUÉM MAIS NAMORA AS DEUSAS


Outro dia, a Adriane Galisteu deu uma entrevista dizendo que os homens não querem namorar as mulheres que são símbolos sexuais. É isto mesmo. Quem ousa namorar a Feiticeira ou a Tiazinha? As mulheres não são mais para amar; nem para casar. São para "ver". Que nos prometem elas, com suas formas perfeitas por anabolizantes e silicones? Prometem-nos um prazer impossível, um orgasmo metafísico, para o qual os homens não estão preparados... As mulheres dançam frenéticas na TV, com bundas cada vez mais malhadas, com seios imensos, girando em cima de garrafas, enquanto os pênis-espectadores se sentem apavorados e murchos diante de tanta gostosura. Os machos estão com medo das "mulheres-liquidificador". O modelo da mulher de hoje, que nossas filhas ou irmãs almejam ser (meu Deus!), é a prostituta transcendental, a mulher-robô, a "Valentina", a "Barbarela", a máquina-de-prazer sem alma, turbinas de amor com um hiperatômico tesão. Que parceiros estão sendo criados para estas pós-mulheres? Não os há. Os "malhados", os "turbinados" geralmente são bofes-gay, filhos do mesmo narcisismo de mercado que as criou. Ou, então, reprodutores como o Zafir, para o Robô-Xuxa. A atual "revolução da vulgaridade", regada a pagode, parece "libertar" as mulheres. Ilusão à toa. A "libertação da mulher" numa sociedade escravista como a nossa deu nisso: Superobjetos. Se achando livres, mas aprisionadas numa exterioridade corporal que apenas esconde pobres meninas famintas de amor, carinho e dinheiro. São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades. Mas, diante delas, o homem normal tem medo. Elas são "areia demais para qualquer caminhãozinho". Por outro lado, o sistema que as criou enfraquece os homens. Eles vivem nervosos e fragilizados com seus pintinhos trêmulos, decadentes, a meia-bomba, ejaculando precocemente, puxando sacos, lambendo botas, engolindo sapos, sem o antigo charme "jamesbondiano" dos anos 60. Não há mais o grande "conquistador". Temos apenas os "fazendeiros de bundas" como o Huck, enquanto a maioria virou uma multidão de voyeur, babando por deusas impossíveis. Ah, que saudades dos tempos das bundinhas e peitinhos "normais" e "disponíveis"... Pois bem, com certeza a televisão tem criado "sonhos de consumo" descritos tão bem pela língua ferrenha do Jabor (eu). Mas ainda existem mulheres de verdade. Mulheres que sabem se valorizar e valorizar o que tem "dentro de casa", o seu trabalho. E, acima de tudo, mulheres com quem se possa discutir um gosto pela música, pela cultura, pela família, sem medo de parecer um "chato" ou um "cara metido a intelectual". Mulheres que sabem valorizar uma simples atitude, rara nos homens de hoje, como abrir a porta do carro para elas. Mulheres que adoram receber cartas, bilhetinhos (ou e-mails) românticos!! Escutar no som do carro, aquela fitinha velha dos Beegees ou um cd do Kenny G (parece meio breguinha)...mas é tão boooom namorar escutando estas musiquinhas tranquilas!!! Penso que hoje, num encontro de um "Turbinado" com uma "Saradona" o papo deve ser do tipo: -"meu"... o meu professor falou que posso disputar o Iron Man que vou ganhar fácil!." -"Ah "meu"..o meu personal Trainner disse que estou com os glúteos bem em forma e que nunca vou precisar de plástica". E a música??? Só se for o "último sucesso (????)" dos Travessos ou "Chama-chuva..." e o "Vai serginho"???... Mulheres do meu Brasil Varonil!!! Não deixem que criem estereótipos!! Não comprem o cinto de modelar da Feiticeira. A mulher brasileira é linda por natureza!! Curta seu corpo de acordo com sua idade, silicone é coisa de americana que não possui a felicidade de ter um corpo esculpido por Deus e bonito por natureza. E se os seus namorados e maridos pedirem para vocês "malharem" e ficarem iguais à Feiticeira, fiquem... igual a feiticeira dos seriados de Tv: Façam-os sumirem da sua vida!!! "


Arnaldo Jabor

domingo, 3 de fevereiro de 2008



PSEUDO



E coloca a máscara, aquece a voz, rememora o texto, já decorado há anos. Texto marcado, nem lhe serve o improviso. Sobe no seu grande espetáculo. Apresenta-se, re-presenta-se. E com sua atuação baila na imaginação do público, se deleita com mentiras, leva o público a sua verdade mesquinha.
Passa-se o tempo... e o público em êxtase vibra, aplaude de pé, arde de encanto, se entrega ao charlatão dos palcos.
As luzes se apagam. O palco nu, e a máscara não caí no camarim. O moço a carrega presa a face, nem se olha no espelho- se olhasse não se enxergaria. Caiu no abismo do seu ego, da sua representação, caiu no abismo de suas convicções e está só. Sem compaixão, sem verdade, só carrega desespero no peito, mas a máscara o segura.
Respira antes de pisar no asfalto, a realidade é mais um espetáculo. Caminha com a máscara presa a fase que logo se estenderá por seu corpo, suas formas, veias, artérias e por fim sua alma. O moço brilhante do palco não é mais nada.
Flávia Pereira