Colaboradores

quarta-feira, 20 de junho de 2007









“Se você não pode ser forte seja pelo menos humana...”.


Poucos dão a cara pra bater, poucos são os que acreditam numa luta próspera. A facilidade em nos abstermos de conflitos, deixou-nos covardes e pior que covardes, indiferentes. Na madrugada de quarta-feira (20/06/07), alunos que estavam em estado de ocupação na diretoria da Unesp-Fclar foram retirados pela polícia e impedidos de fazer a sua manifestação, totalmente de caráter pacífico. Dando um exemplo de educação e respeito, os alunos se retiraram sem fazer alardes, preparados para o que viria. Foram levados aos ônibus e neste caminho e dentro do transporte cantavam por uma universidade melhor, revelando mais uma vez não um interesse individual como muitos julgaram ser a luta deles, mas sim o interesse de um grupo que não apenas estava defendendo uma instituição ameaçada, que é o caso das universidades públicas, mas também por uma vida mais humana.


A maioria agora sai da greve e volta para o seu cotidiano a fim de garantir o seu pão de cada dia, entra na universidade para ter aulas, fazer provas, porque fazer a diferença é para poucos. A coragem de enfrentar problemáticas como a fome, o desemprego e tantos outros problemas que passamos pertence a poucas vozes que não cansam de gritar, embora nunca ouvidas e sempre reprimidas. Ao longo da história foi assim e construir uma nova história requer muita disposição, muito Amor a uma causa e infelizmente o que assistimos diariamente é o apaziguamento, a conformidade; como se nada que tivesse sido feito ao longo da história, tenha saído da ação de Homens. Guardo aqui o meu aborrecimento com o ocorrido e com o “amém” de nossos estudantes e deixo uma fala de uma colega que também indignada desabafou: “Fizemos parte da história, da história do retorno da ditadura”; enfim, acredite quem quiser.


Fernanda Pereira.

segunda-feira, 18 de junho de 2007










Cléo é uma pessoa descontente, que de tanto contentar-se acabou contente. Passam pés. Passam passadas. E ela fixa no canto da calçada. Passam fuscas e Mercedes. Não há distinção, apenas negócios. Entra comida. Entra dinheiro. Quem se importa se ela esta contente? De tanto contentar-se acabou contente. Mas passam seus filhos e desertores amigos, deixam palavras, deixam mágoas... a quem não tem ninguém. É noite de natal há luzes por toda parte. Cléo pensa. Cléo canta. Cléo balança a tristeza. São fatos presentes que estão ausentes da sua compreensão. Um homem passa e fica. Paga centavos. O que são centavos? ...O pão do próximo dia...



Fernanda Oliveira
6/2007

sábado, 16 de junho de 2007



Meu anjo chegou e chegou de mãos atadas

Qual é o elo que o segura ao chão?

No lugar dele me desesperaria.

Será que ele se desespera?


Ah anjo meu, pousou na minha vida para me fazer um agrado, mas quero antes eu te fazer bem

e te fazer sorrir, acariciar o seu rosto

Anjo, fique aqui sempre e se segure ao chão, pois te quero sempre leve.




Fernanda Pereira

quinta-feira, 14 de junho de 2007


Ainda em clima de Dia dos Namorados nessa semana de falsidade, mentiras, mas também amor, carinho, desejo, vivências etc.; e ainda pegando a deixa do meu anjo Liv que escreveu um texto a respeito de uns dos maiores atos de amor e/ou desejo, O beijo e também sobre esse dia "todo especial"; (veja o link d+ http://lilyllith.blogspot.com/) redijo esse humilde texto.


Amor puro*

Toda forma de amor é válida, e digo isso não porque estamos numa semana que isso é expresso, pelo menos retoricamente, mas sim porque já estamos em falta. Reunida com amigos ontem fui pensar a respeito; existia a não cobrança recíproca, o respeito, a tranqüilidade e autenticidade de cada um, existia Amor de verdade, o que me mostrou que no fundo sempre estamos em busca disso, desse sentimento nobre, abstrato e ao mesmo tempo material. Às vezes o complicamos demais, achamos que só é possível Amor com o tempo, com convivência etc., porém acredito que devido o amor não pertencer ao outro e sim dentro de nós, como algo individual que se atribui ao outro, é bem possível amarmos por um segundo; de repente quando estamos no meio de um dia cansativo dentro do trem cheio, nos deparamos com um olhar de um segundo, um olhar que te transcende dali e ao a porta abrir se acaba, por que não podemos dizer que naquele momento amamos? Podemos amar por alguns dias alguém que lhe trouxe prazer por minutos, mas conseguiu jogar tudo no lixo covardemente (quem já não passou por isso?). Também podemos amar alguém eternamente, aquele amor infinito, sem medidas, o amor que nos deixa livre (aliás, amor só existe na liberdade), enfim, o Amor é flexível o bastante para não o limitarmos a algo abstrato e muitas vezes simbólico, o tempo.
Por isso afirmo, toda forma de amor é válida, vamos amar, beijar, se permitir. Vamos nos machucar?.. Vamos nos decepcionar?... Vamos chorar muito ouvindo uma música triste?...Sim! Muitas vezes, porém nada que não nos faça crescer, olhar pra trás e ver que toda dor vale a pena quando por trás existe uma boa experiência de vida.


“Aqui vos deixo. Aqui vossos amigos, os da alegria ritos celebrando,
Despedem-se de vós. Eia, a caminho.
Tende por certo: amar se aprende amando.”

Trecho de “Epitalâmio” de Carlos Drummond de Andrade.



Flávia P.

Confissão

O que pretende a tua alma?
Oh! pobre criança!
Não irá fugir
Não consegue escapar, só sofrerá
Liberdade desejo que tenhas
Precisa se aliviar
Tirar essa pedra
Passará,
Antes tarde
O que amanhã já não será como hoje.

Dedicado à S. M


Flávia P.

domingo, 10 de junho de 2007


Até logo


Aprender a abrir mão não é fácil, na verdade é muito mais difícil do que imaginamos. Adaptações, cheiros, rastros, toques que não se perdem da noite para o dia, mas insistem em ficar presente, colado na pele. Tenho praticado o exercício do desapego muito este ano e não tem sido tão simples. A terapia tem facilitado.
As malas no canto do quarto e a cama sempre desarrumada anunciam uma nova partida, ainda dolorosa, porém feliz. A viagem também indica uma grande vitória e os abraços dos amigos uma boa sorte e um “estou esperando o retorno”, que todos sabemos; não tarda. Ainda assim fecho a porta do quarto com o pôster de Lênin e uma lágrima que desce na alma, a rodoviária e a estrada me esperam. O rosto abre um sorriso sincero no que o ônibus dá a primeira partida: como amo a minha família.

Até logo...



Fernanda Pereira

sábado, 2 de junho de 2007



O amor em primeiro lugar



"Quando você colocar o amor em primeiro lugar, nem o medo, nem a vergonha, nem a dúvida, nem odesânimo, nem a preguiça; nada deixará você parar ....Quando você colocar o amor em primeiro lugar, as regras, as convenções, o que as pessoas irão dizer ou pensar, não vai lhe importar ....Quando você colocar o amor em primeiro lugar, você abrirá mão das suas poucas horas de descanso, vestirá seu jaleco branco, irá se maquiar, colocar seu nariz de palhaço, e se transformará em um doutor; tentando levar alegria e esperança a pessoas que você nunca viu, não sabe como se chamam, nem onde moram, e muito menos que idade têm;e que se um dia você encontra-las na rua, com certeza não lhe reconhecerão...Mas ao se lembrar da sensação que sentiu em receber aquele sorriso, nem que tenha sido somente o sorriso do olhar; você terá a certeza que valeu a pena ter colocado o amor em primeiro lugar... "


Autor desconhecido