Colaboradores

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Para que odiar o banco?


A abertura do banco no interior araraquarense é às 11h. Estava lá às 10h56min., cerca de cinco mil pessoas já na fila apenas para entrar, para passar pela nossa maravilhosa porta de detector de metais! Pois bem, respira fundo e espera do lado de fora, quando a fila diminuir, entra. Cinco mil pessoas esperando para entrar e a porta de detector de metais, um pouco mal humorada, decide bloquear a entrada de pelo menos duas mil (sendo mais da metade negras e/ou caboclas). Pois bem, respira fundo, pessoas saem da fila, depositam o seu “metal” e passam. Calma, mais alguns minutos... quinze minutos depois, coragem para encarar a fila. Encaro. Entro sem problemas com os meus metais.

Como é a minha primeira vez na agência e ela, como podemos dizer, não está tão bem sinalizada, vou subindo as escadas sem saber qual é o andar dos caixas e sem a menor coragem de encarar uma fila de três mil pessoas para o elevador. Lá vou eu: sobe a escada. Terceiro andar. Acho que não. Desce de novo, olha, melhor. Sim, o segundo andar. Como não é de se estranhar mais duas mil e quinhentas pessoas na fila dos caixas. Pois bem, respira fundo. Encara a fila. Encaro, afinal é só trocar um cheque para pagar meu lindo aluguel. Mais vinte minutos, sendo três ou quatro embaixo da ventilação de três graus abaixo de zero Celsius do ar-condicionado. Pois bem, respira fundo, está chegando. Chegou. Cheque, carteira de trabalho, o protocolo do RG perdido não vale...pois bem, paciência, respira fundo. Olhada, assinatura, assinatura do patrão e da empresa não identificados. Mais dez minutos de espera. Pois bem, respira fundo, paciência, vamos lá, ainda é só segunda–feira. Ok. Tudo certo. Tchau. Muito obrigada. Desculpe a demora. Ai ai... cheque trocado. Alívio e eu pergunto: para que odiar o banco?

Fernanda Pereira

domingo, 9 de dezembro de 2007


Sem nome ou RG

Pela madrugada afora sinto o vento tocar, maltratar e ultrapassar o que me resta de corpo. Pelo dia todo busco luz por entre as nuvens humanas, luz na água, suja ou apagada, de todos os córregos... Córregos imundos de mundo real. Busco alimento para o corpo – a alma não come a anos, greve de fome diante da surdez optativa dos irmãos. Pelos segundos que correm, me devassam e me deixam para trás; passa criança adult-erada apontando os destroços da sua arma ilusória de realidade dolorida, apenas, para quem sente... Passam saltos de madames e grifes que agridem cada dor do cérebro, meu, da junta e desjunta da ceia passada: ratos digeridos à molho cru de lagarta. Olhos civilizados passam curiosos, não os enxergo mais, com o tempo se aprende a deixar invisível o visível que nos atormenta. Passam cães, amigos humanos, dividem seu pêlo, compartilham aquecimento frustrado do dia. Volta à madrugada e a sós espanto quem me rouba o último pedaço de papelão – um cobertor, uma casa, um refúgio, uma riqueza – dói e eu tento pegá-lo de volta, é meu! Tento em vão, como se houvesse propriedade na sociedade periférica do luxo... Nada é meu! Nada é meu nessa praça, nesse bairro, nessa cidade, nesse país, nesse continente, nesse planeta, TUDO é de homens famintos por um pedaço de papelão... Se lhes pareci muito culto não se espantem eu vim do mesmo inferno de civilização que vocês...


Fernanda Oliveira

domingo, 11 de novembro de 2007

NOVOS RUMOS


O Nesga ficou um pouco parado devido a proposta do “Criando” e agora achei melhor dar uma encerrada na proposta e dar andamento nos textos e tudo mais. Agradeço muito a participação na criação do “Desencontros” e eu espero muito poder finalizar a peça.
Final de ano chegando e o Nesga está aberto pra novos textos e uma nova fase. Então escritoras, mão na massa!

Abraços!

domingo, 2 de setembro de 2007




Ela, Alessandra


me sinto inteira, livre e presa

seus olhos me prenderam no primeiro instante
e me conquistaram com os tempos de olhar...

sua boca me atraiu na primeira fala
e me prendeu com as trocas de falas cantadas

seu cheiro garantiu minha presença desde o primeiro momento...

as brigas, primeiras, as durante, e futuras, me trazem de volta ao chão
me lembram que é realidade
estar
querer estar

apaixonada

suas falhas, nossas falhas, me fazem discutir
comigo
com minhas convicções
e com a falta delas...

seu carinho me tira do infortúnio da vida
acalma minhas angústias, e me ensina a lidar com elas
modula minha raiva, minha tristeza

provoca ''céus e infernos" nossa união, nos machucam, nos fortalecem
que continue provocando... só quero você...

suas manias de menina, seus gestos de mulher
só quero você!


Fernanda Oliveira

sexta-feira, 31 de agosto de 2007






Estou postando esse texto que muito carinhosamente recebi, acredito, e que trata de um dos temas fundamentais da vida que é a Amizade.
Eu particularmente amei, pois amigos tenho poucos, mas que valem por muitos e que amo muito todos eles. Eles me fazem saber quem eu sou e me permitem crescer com eles e com eles caminhar. Agradeço a todos vocês, Amigos, por estarem em minha vida!
Pra vocês: L, S, G, F, F, P, E, F, E, D,M, E,F,W,M, M........................................



LOUCOS E SANTOS
Escolho meus amigos não pela pele ou arquétipo qualquer, mas pela pupila.Tem que ter brilho questionador a tonalidade inquietante.A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.Fico com aqueles que fazem de mim LOUCO E SANTO.Deles não quero resposta, quero meu avesso.Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.Para isso só sendo louco.Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.Escolho meus amigos pele alma lavada e pela cara exposta.Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.Não quero amigos adultos nem chatos.Quero-os metade infância e a outra metade velhice!Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos para que nunca tenham pressa.Tenho amigos para saber quem sou.Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

(OSCAR WILDE)




Flávia Pereira

domingo, 26 de agosto de 2007

O Processo


Sossega-te

Eles te protegem

A cada passo

A cada pensamento

Lá estão eles... Para te proteger!

Te guiam, não precisa saber onde ir

O teu caminho já está planejado

É só seguires as instruções...

E coitado de ti se não as seguires...

É para o teu bem é o que eles dizem

dois mais dois é igual a cinco!

Que bom que você entende isso,

Porque assim eles não precisarão te salvar

Do que?...
Da LOUCURA de ser você mesmo!


Passa Um. Ficam dez. Transformam Um. Ganham cem. Cura-se Um. Salvam-se mil. Modificam um. Adquirem milhões. Pegam um homem. Lucram em dolár...
Cumpra-se a ordem. Cale. Não se mova.
Há riqueza no choro, diamantes nos corpos, ouro na tortura. Há civilização nos testes, de animais em animais....
Ouçam os cantos. Ouçam. Há maior dor no lamento do homem, menos no poder!
Testam drogas
Testam farmacias
Testam feridas
Testam sentimentos
Testam vida
E assim morremos, de olhos lacrados, calados...

Fernanda Oliveira

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

ESTIGMA


Eu poderia acreditar que não foi à toa, nem em vão. Daí então eu correria, te abraçaria e te amaria como você merece que alguém te ame. Buscaria sua verdade nos mais altos altares e andaimes. Não há montanha que eu não escale por você, não há palavra que te defina pra mim, pois você insisti em esconder no olhar o que me faz te procurar e permanecer na incerteza do destino.
Se eu soubesse brincar não levaria tão a sério suas marcas e detalhes, não deitaria mais a cabeça no chão gelado sentindo as lágrimas escorrerem, enquanto busco o sentido de não conseguir me desvencilhar de tudo isso.
Se pudesse mover o chão de giz da vida, não mediria esforços. Cravaria rabiscos eternos que nos uniria e estupidamente provaria que não existem regras suficientes para nos sucumbir de nossas próprias escolhas e nos daria então a nossa real liberdade, que eu busco e você busca.



Flávia Pereira

sábado, 11 de agosto de 2007






Conta aí vai...


Quem não gosta de uma fofoca? Nem vem com aquela história de não me meto na vida alheia, não estamos falando de desejar mal ou olhar torto, não, não é isso. A fofoca, o bafão, a quentinha, a forte, a tricotada é santa e ninguém pode negar. Quando ouvimos aquele bom e velho: “Gente, dexa eu contá!” Ficamos extasiados, nossos olhos brilham, nos coçamos de curiosidade. Seja de pessoa famosa ou apenas do vizinho nem um pouco famoso, foi bafão, cai todo mundo de cabeça querendo saber. Penso que isso nem é uma vergonha, afinal quem não fala de nossas vidas?Gostamos de fofoca, pois ela nos faz sentir menos culpados, afinal se fulano fez por que eu não posso fazer também, não é?
Não precisamos nos envergonhar por sermos curiosos e tratarmos da vida alheia, afinal, a fofoca é apenas uma informação que deve ser dita ou ainda melhor, como ouvi um tempo atrás, é um ato que intensifica as relações humanas. O que não pode ocorrer é virar vício, não poder viver sem dar uma olhada na janela ou escutar a conversa do outro, não isso não! A fofoca só tem graça quando chega de supetão, quando não esperamos e aí rimos à toa de uma história mal contada ou aumentada. O que vale mesmo no final da fofoca é rirmos, rirmos das ações do bicho homem.



Fernanda Pereira.



Dúvida


Que busco entre os lírios e pilares do castelo?
Que busco entre marmitas e andaimes?
Que busco entre olhares e sorrisos, malícias e mal-dizeres?
Que busco no engarrafamento de todos os dias, no quente do asfalto, na gélida moeda do indigente?
Que busco na pureza de crianças, na jovialidade vivida do idoso?
Que busco...
No amor materno?
Na esperança divina?
Que busco nos gestos do canalha, nas palavras bem ditas?
Que busco em livros, músicas e dicionários?
Que busco...
Num telefonema?
Num encontro desmarcado?
Na espera cansada?
Que busco no adiantamento da vida?
Que busco na verdade?
Que busco na mentira?
Na alma?
Que busco no ideal?
Que busco em ilusões?
Que busco em você?

“...dói em mim ver que toda essa procura não tem fim. E o que é que eu procuro afinal? Um sinal, uma porta pro infinito irreal? O que não pode ser dito, afinal? Ser um homem em busca de mais afinal, como estrelas que brilham em paz.”
Lenine- o silêncio das estrelas


Flávia Pereira

domingo, 5 de agosto de 2007

...que ônibus lerdo


Porra que falatório no meu ouvido... "Meu, você não sabe! No final do ano passado comprei um vestido branco por 10 reais!!... Vê -se neste momento pernas cruzando-se, mãos que se elevam ao queixo, a espera de mais cumplicidade momentânea... "Fiz hoje no almoço, tirei o preto ontem, e só passei esmalte hoje"... Nesse momento a cabeça coça... e falo "é... hum... mas que sono!"... desesperam-se meus neurônios, um faz tic, outro tec... "Puta merda você acaba de perder a visão do ano, meu que moreno!..." Dou gargalhadas com o estômago, a fim de poupar minha amiga de uma cara de enterro, junto a sua. E ônibus segue... pula... pára... busina... e entre os sonoros espectadores do dia exclamo "bem que o motorista podia acelerar, não é?!!"


Fernanda Oliveira

ps: dedicado a duas moças que a meu lado viajaram por esses dias turbulentos de são paulo, haja paciência, haja inspiração...

quinta-feira, 26 de julho de 2007















Escolha


Agora já foi
Não adianta mais
Desceu
Cedeu
Não quis
Mas agora já foi
Foi
Sem erro
Medo
De meandro
Devagar
Depressa
Mas agora....
Rumo único
Sem volta
Choro ou latido
Meio assim sem querer
E quis
E agora já foi
Não tem solução
Sol
Chuva
Foi...
Leite derramado
Copo quebrado
Mãe chora
Pai lamenta
Criança grita
Coração partido
Contido
Fudido
Mas agora já foi
Sem minuto
Passatempo
Cão ou gato
Balde caído
Mas agora;
Foi...
Flávia Pereira

domingo, 15 de julho de 2007


A xí ca ra

Guarda lembrança, saudade e amargura de vida. Isso era o que diziam, na reunião da minha família, de luto, de um dia. Moisés traga o pó de café! Não dá... Está em grãos. E o que será de minha mãe, era o que falava minha filha. Será viúva, rica e feliz – dizia um infeliz qualquer. O sol já quase se punha e a mesa, na qual deveria acontecer a confraternização, afundava com tantas mãos inquietas. Peguem a xícara do papai – dizia meu menino – ela não pode faltar! É a lembrança. É a saudade e a amargura, completou o irmão. Um corre-corre sem parar de palavras e choros. Eis que chego, o defunto tão esperado para o café. A xícara, minha, cai, das mãos da amada, minha, se despedaça, se desfaz.

Fernanda Oliveira










quinta-feira, 12 de julho de 2007

muros envolvem
o medo
a desesperança
a moralidade
a desigualdade
muitas vidas...

(Fernanda Oliveira)



"As pessoas grandes são muito esquisitas..."
(O Pequeno Princípe)

quarta-feira, 20 de junho de 2007









“Se você não pode ser forte seja pelo menos humana...”.


Poucos dão a cara pra bater, poucos são os que acreditam numa luta próspera. A facilidade em nos abstermos de conflitos, deixou-nos covardes e pior que covardes, indiferentes. Na madrugada de quarta-feira (20/06/07), alunos que estavam em estado de ocupação na diretoria da Unesp-Fclar foram retirados pela polícia e impedidos de fazer a sua manifestação, totalmente de caráter pacífico. Dando um exemplo de educação e respeito, os alunos se retiraram sem fazer alardes, preparados para o que viria. Foram levados aos ônibus e neste caminho e dentro do transporte cantavam por uma universidade melhor, revelando mais uma vez não um interesse individual como muitos julgaram ser a luta deles, mas sim o interesse de um grupo que não apenas estava defendendo uma instituição ameaçada, que é o caso das universidades públicas, mas também por uma vida mais humana.


A maioria agora sai da greve e volta para o seu cotidiano a fim de garantir o seu pão de cada dia, entra na universidade para ter aulas, fazer provas, porque fazer a diferença é para poucos. A coragem de enfrentar problemáticas como a fome, o desemprego e tantos outros problemas que passamos pertence a poucas vozes que não cansam de gritar, embora nunca ouvidas e sempre reprimidas. Ao longo da história foi assim e construir uma nova história requer muita disposição, muito Amor a uma causa e infelizmente o que assistimos diariamente é o apaziguamento, a conformidade; como se nada que tivesse sido feito ao longo da história, tenha saído da ação de Homens. Guardo aqui o meu aborrecimento com o ocorrido e com o “amém” de nossos estudantes e deixo uma fala de uma colega que também indignada desabafou: “Fizemos parte da história, da história do retorno da ditadura”; enfim, acredite quem quiser.


Fernanda Pereira.

segunda-feira, 18 de junho de 2007










Cléo é uma pessoa descontente, que de tanto contentar-se acabou contente. Passam pés. Passam passadas. E ela fixa no canto da calçada. Passam fuscas e Mercedes. Não há distinção, apenas negócios. Entra comida. Entra dinheiro. Quem se importa se ela esta contente? De tanto contentar-se acabou contente. Mas passam seus filhos e desertores amigos, deixam palavras, deixam mágoas... a quem não tem ninguém. É noite de natal há luzes por toda parte. Cléo pensa. Cléo canta. Cléo balança a tristeza. São fatos presentes que estão ausentes da sua compreensão. Um homem passa e fica. Paga centavos. O que são centavos? ...O pão do próximo dia...



Fernanda Oliveira
6/2007

sábado, 16 de junho de 2007



Meu anjo chegou e chegou de mãos atadas

Qual é o elo que o segura ao chão?

No lugar dele me desesperaria.

Será que ele se desespera?


Ah anjo meu, pousou na minha vida para me fazer um agrado, mas quero antes eu te fazer bem

e te fazer sorrir, acariciar o seu rosto

Anjo, fique aqui sempre e se segure ao chão, pois te quero sempre leve.




Fernanda Pereira

quinta-feira, 14 de junho de 2007


Ainda em clima de Dia dos Namorados nessa semana de falsidade, mentiras, mas também amor, carinho, desejo, vivências etc.; e ainda pegando a deixa do meu anjo Liv que escreveu um texto a respeito de uns dos maiores atos de amor e/ou desejo, O beijo e também sobre esse dia "todo especial"; (veja o link d+ http://lilyllith.blogspot.com/) redijo esse humilde texto.


Amor puro*

Toda forma de amor é válida, e digo isso não porque estamos numa semana que isso é expresso, pelo menos retoricamente, mas sim porque já estamos em falta. Reunida com amigos ontem fui pensar a respeito; existia a não cobrança recíproca, o respeito, a tranqüilidade e autenticidade de cada um, existia Amor de verdade, o que me mostrou que no fundo sempre estamos em busca disso, desse sentimento nobre, abstrato e ao mesmo tempo material. Às vezes o complicamos demais, achamos que só é possível Amor com o tempo, com convivência etc., porém acredito que devido o amor não pertencer ao outro e sim dentro de nós, como algo individual que se atribui ao outro, é bem possível amarmos por um segundo; de repente quando estamos no meio de um dia cansativo dentro do trem cheio, nos deparamos com um olhar de um segundo, um olhar que te transcende dali e ao a porta abrir se acaba, por que não podemos dizer que naquele momento amamos? Podemos amar por alguns dias alguém que lhe trouxe prazer por minutos, mas conseguiu jogar tudo no lixo covardemente (quem já não passou por isso?). Também podemos amar alguém eternamente, aquele amor infinito, sem medidas, o amor que nos deixa livre (aliás, amor só existe na liberdade), enfim, o Amor é flexível o bastante para não o limitarmos a algo abstrato e muitas vezes simbólico, o tempo.
Por isso afirmo, toda forma de amor é válida, vamos amar, beijar, se permitir. Vamos nos machucar?.. Vamos nos decepcionar?... Vamos chorar muito ouvindo uma música triste?...Sim! Muitas vezes, porém nada que não nos faça crescer, olhar pra trás e ver que toda dor vale a pena quando por trás existe uma boa experiência de vida.


“Aqui vos deixo. Aqui vossos amigos, os da alegria ritos celebrando,
Despedem-se de vós. Eia, a caminho.
Tende por certo: amar se aprende amando.”

Trecho de “Epitalâmio” de Carlos Drummond de Andrade.



Flávia P.

Confissão

O que pretende a tua alma?
Oh! pobre criança!
Não irá fugir
Não consegue escapar, só sofrerá
Liberdade desejo que tenhas
Precisa se aliviar
Tirar essa pedra
Passará,
Antes tarde
O que amanhã já não será como hoje.

Dedicado à S. M


Flávia P.

domingo, 10 de junho de 2007


Até logo


Aprender a abrir mão não é fácil, na verdade é muito mais difícil do que imaginamos. Adaptações, cheiros, rastros, toques que não se perdem da noite para o dia, mas insistem em ficar presente, colado na pele. Tenho praticado o exercício do desapego muito este ano e não tem sido tão simples. A terapia tem facilitado.
As malas no canto do quarto e a cama sempre desarrumada anunciam uma nova partida, ainda dolorosa, porém feliz. A viagem também indica uma grande vitória e os abraços dos amigos uma boa sorte e um “estou esperando o retorno”, que todos sabemos; não tarda. Ainda assim fecho a porta do quarto com o pôster de Lênin e uma lágrima que desce na alma, a rodoviária e a estrada me esperam. O rosto abre um sorriso sincero no que o ônibus dá a primeira partida: como amo a minha família.

Até logo...



Fernanda Pereira

sábado, 2 de junho de 2007



O amor em primeiro lugar



"Quando você colocar o amor em primeiro lugar, nem o medo, nem a vergonha, nem a dúvida, nem odesânimo, nem a preguiça; nada deixará você parar ....Quando você colocar o amor em primeiro lugar, as regras, as convenções, o que as pessoas irão dizer ou pensar, não vai lhe importar ....Quando você colocar o amor em primeiro lugar, você abrirá mão das suas poucas horas de descanso, vestirá seu jaleco branco, irá se maquiar, colocar seu nariz de palhaço, e se transformará em um doutor; tentando levar alegria e esperança a pessoas que você nunca viu, não sabe como se chamam, nem onde moram, e muito menos que idade têm;e que se um dia você encontra-las na rua, com certeza não lhe reconhecerão...Mas ao se lembrar da sensação que sentiu em receber aquele sorriso, nem que tenha sido somente o sorriso do olhar; você terá a certeza que valeu a pena ter colocado o amor em primeiro lugar... "


Autor desconhecido

quinta-feira, 31 de maio de 2007












Menina-anjo

Continua sentada,

Escuro,

cabeça encostada nos joelhos

Lágrimas dispersas

Vida inconstante é o que pensa

Tão sufocada

Tão sem chão

Rumos

Corre em paralelo e se perde;

Ela só queria ter alguma certeza

.... mas não é bom ter certezas

Ela só queria ser levada pelo vento...

A brisa que passa pelos seus cabelos

água entre os dedos

Leve...

Ela quer estar leve

Que a vida a leve para o melhor caminho, que é não aquele, mas o que já se está.

Leve peleje

Seja LEVE!

Dedicado a um Anjo L.R

Flávia P




quarta-feira, 30 de maio de 2007




Sentimento tolo...frívolo
Vem rápido, engana, machuca e some...
Egoísta...sempre egoísta...

Flávia P.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Corredor

Num corredor apertado se olham. Não olham. Uma mão passas entre os fios do cabelo e o olhar volta-se para seu reflexo, no vidro... São pessoas. São bichos. Inabitáveis corpos a procura de sentido... Alguém deixa escapar a mão do ferro que interliga todo o ônibus e toca um ombro sedento de carinho... Palavras altas que querem se entender, que querem ser ouvidas... Catadas e Catados... Sem vida querem vida, mas se perdem no entrelaçar das visões alheias...

Fernanda Oliveira

23/07/2007

domingo, 27 de maio de 2007

Lembro-me de alguém...

Caminhava até uma cadeira que tinha uma pequena mesa a frente. Sempre de cabeça baixa, sem entender... sem querer entender. Tinha um lápis que em suas mãos pequeninas se tornavam varinhas, escrevia na carteira...na mesa ....no coração...

Tocava-lhe a alma a vida que queria sair, os amigos que queria ter, os animais que queria salvar... Olhar de falta, que queria ser olhar de busca...

Lembro-me de uma árvore...

Caminhava pelos galhos, pela falsa floresta, cheia de vazio, de incertezas...

Comunicando as forças sobrenaturais que com elas queria estar... Dentro das árvores ou enclausurada em alguma pétala...

Lembro-me dos “amigos”...

Havia nada, quando cansados do brinquedo, desgastado ou machucado, que já não servia mais, iluminava-me mais palavras, mais poesias que refletiam a ausência, a angústia de não ter...

Lembro-me dos falsos mestres...

Angustiava-me a falta de educação, e meu desejo de sair dali...

Como podiam fingir?

Como podiam perder a esperança de transformar seus alunos em lunos?!!

Frases rústicas saiam, e suas desesperanças nos entrelaçavam, nos arruinavam...

Não há palavras para exprimir tamanho desgosto...

Estando à frente de um lago imaginário, inerente em minha mente, vejo um reflexo que trás essas lembranças insoníferas...

Fernanda de Oliveira

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Coita interrompida


270 km foram o bastante

A estrada que me parece apenas uma porta, foi o bastante

A falta de desejo

A falta de vontade

A falta de querer

O medo de tentar

Não é no porquê e sim no pra quê onde quero chegar.

Olho pra trás e sorrio

Volto pra mim

Deixo aquela mala escura já velha naquele canto que costumávamos ficar.

Vou me deitar

Fechar os olhos e respirar

Tentando vislumbrar o azul

Apagando já da memória o que foi e o que não pode ficar

Vou deixando assim

Porque a estrada vai continuar

Mas a esperança não.

Flávia P.

sábado, 12 de maio de 2007

Táctica y estrategia


Mi táctica es
mirarte
aprender como sos
quererte como sos

mi táctica es
hablarte
y escucharte
construir con palabras
un puente indestructible

mi táctica es
quedarme en tu recuerdo
no sé cómo ni sé
con qué pretexto
pero quedarme en vos

mi táctica es
ser franco
y saber que sos franca
y que no nos vendamos
simulacros
para que entre los dos
no haya telón
ni abismos

mi estrategia es
en cambio
más profunda y más
simple
mi estrategia es
que un día cualquiera
mo sé cómo ni sé
con qué pretexto
por fin me necesites.

Mário Benedetti

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Juliana & Juliana


Juliana tinha pai e mãe;

Juliana conhecia a mãe;

Juliana tinha cabelos compridos e bem arrumados;

Juliana arrumava os seus cabelos;

Juliana amava o seu colégio tradicional;

Juliana às vezes não gostava de levantar para ir à escola;

Juliana preferia a comida de sua avó;

Juliana comprava uma marmita na Jurema;

Juliana tinha questionamentos filosóficos;

Juliana não tinha questionamentos;

Juliana gostava de viver e da natureza;

Juliana não sentia a vida;

Juliana gostava do Morumbi;

Juliana não conhecia a linha verde do Metrô;

Juliana é a certeza de um futuro próspero;

Juliana...


Fernanda Pereira.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

A minha teoria sobre o amor...



O Amor não existe. Enrole o resto do papel e fume.



Marina Bruno.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Amor


"Leve, como leve pluma muito leve, leve pousa
muito leve leve pousa
Na simples e suave coisa suave coisa nenhuma.

Suave coisa nenhuma

Sombra, silêncio ou espuma nuvem azul que arrefece

Simples e suave coisa
suave coisa nenhuma, que me amadurece

Leve, como leve pluma muito leve, leve pousa
muito leve leve pousa"
João Apolinário

segunda-feira, 23 de abril de 2007


"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho
que o verdadeiro ciclo da vida está de trás pra frente. Nós deveríamos
morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser
chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e
ir trabalhar.

Então você trabalha 40 anos até ficar novo pra poder aproveitar a
aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se
prepara para a faculdade. Você vai pro colégio, tem várias namoradas,
vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho no colo,
volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida
flutuando...

e termina tudo com um ótimo orgasmo. Não seria perfeito?"


charles chaplin

NOTÍCIAS...


Eu deveria estar lendo o jornal,.. estudando...ou, ao menos, dando uma olhada nas notícias! Mas que merda essas notícias, alguém em sã consciência gosta de ler o jornal? Saber as notícias? Deserto de hipocrisia.....eles inventam a notícia e eu invento que as estou recebendo....... ah sim! Te cobram por elas!! Você não viu quem ganhou o jogo? Meu, hoje é dia do Tiradentes e amanhã aniversário do BRASIL!!.............. Pô, mó loucura a separação de Sandy e Júnior......ou até que enfim isso aconteceu, muitos diriam......

Porra eu ainda tenho que ler ao menos as notícias do mundo......elas caem no vestibular!

E eu que sempre gostei de ler?!!! Que fazer????.......................................................

Nanda Oliveira

sábado, 21 de abril de 2007

Foi assim

Um soco

Um abraço

O beijo

E a porta bateu

....


Flávia P.

Ed Motta - Á Deriva

Ed Motta - Á Deriva

Imaginei sons
Dores de blues chovem
Nem quis acordar
Lembrar que não sonho mais
Nenhum dia
Vou mergulhar
Nessas noites sem ar

Correspondi sempre
Se arrependeu cedo
Se me afastar, então já fui
Te confessei tarde
Cruzei o caminho

De um rio que não corre
mais no seu leito
Vou mergulhar
Nessas noites mortais

Tudo anda lento
Imerso em nós
Diga, se me encontrar
Que nada é bom assim
"Vem pra mim"


Essa música é muito importante pra mim!
Está aí um dos melhores cantores do mundo, quem não conhece
vale a dica: escute aê!


Flávia P.

PS: clicar no nome Ed motta pra escutar!



terça-feira, 17 de abril de 2007

Amores de Papel


Tenho tido amores de papel:

Amor papel “Celofane”, opaco, de um brilho quase invisível: “Mito da Caverna”. Aparentemente belo, mas conforme se passa o tempo revela-se a sua ilusão multiforme;

Amor papel “Crepom”, amassado feito a cara após uma noite daquelas; uma pancada no estômago. Amor papel Crepom é aquele de última hora, depositamos esperanças para que saia uma bela paisagem, mas no final das contas vira um grude enorme de papel amarrotado e a paisagem não fica tão bela assim, e o professor que é bacaninha te dá um sete pelo “trabalho”;

Amor papel “Ofício”, o dito perfeito, com as formas respeitadas pelo padrão internacional, excelente para qualquer hora e lugar. Neste amor podemos depositar todas as nossas cartas e crenças até que ao abrirmos o envelope descuidadosamente fazemos um rasgo nele e então ele perde todo o seu valor “oficial” e torna-se um mero papel rasgado, sem mais sentido;

Amor papel “Dobradura”, ótimo para um relacionamento aberto, flexível e de pouca duração, além de multifacetado - uma hora é na outra já não é- não podemos dar muita confiança; típico amor de barzinho ou virtual;

Amor papel “Higiênico”, o mais comum e barato de todos, extremamente fiel e necessário. Colocamos nas partes mais intimas de nós e é o típico limpador de merdas passadas que acaba nos conquistando pela sua eficácia. Pode até dar um excelente relacionamento, mas não podemos esquecer que esse papel é descartável, portanto se prender a ele pode ser desastroso.

Amores de papel são mais comuns do que imaginamos, qual é o seu papel?


Fernanda Pereira.

Milho de Pipoca


A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer.

Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado.

Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém.

Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

E você, o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?

Autor Rubens Alves


Esse texto é muito interessante, não poderia deixar de postá-lo....fica ai então a mensagem do Rubens Alves.

Flávia*

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Não posso expressar

...Muitas vezes não dá pra sentir

É tão forte seu cheiro

Teu movimento...

Paro,... estagnada

Tem sim momentos de tranqüilidade,

Alegria de estar...

Que se misturam aos desejos entorpecentes da tua presença...

Me envolvo nessa loucura,

Te amar...


Nanda Oliveira

Grand Finale


Deixo pra traz almas e junto a mim já moram muitas

Deixo pra traz minha ira, minhas lágrimas e a total desesperança.

Corro atrás de um imenso vale... Jogo-me sem medo do final.

Agarro agora a conquista. Sinto gosto de certeza.

Agora já decidi

Agora já sou Eu...

“Vou sorrindo, pois já chorei demais”.


Flávia P.



Henrique Lourenço



De Repente "Bummmm"!

ele trai...
ele apaga a mensagem...
ele só quer amizade...
ela é hetero...
ele não vem...
De repente tudo desaba...
Fernanda Pereira
Medo de compromisso

Mal masculino ou feminino?? Na realidade creio que assexuado. O Novo assusta qualquer um, mas não tentar é aniquilar toda alma, indiferentemente de sexo, etnia ou crença. Desacreditar na possibilidade de ter algo além do esperado, do programado é no mínimo cruel, não há nada mais chato do que ter tudo pronto, fabricado. Não somos feitos de madeira, não somos tipos, somos humanos. Somos feitos de quimeras e crer nelas é um bom passaporte para uma vida feliz; o pé no chão é fundamental, ter sentimentos etéreos também não é bom, porém chegar a negar simples pedidos de amizade ou então de carinho, de colo não é nada saudável. Mas há algo que aprendi com um mestre chamado Edson Madella em que ele dizia algo sobre Dar-Receber; Aceitar-Negar; e isso foi e é muito importante para mim e para muitos dos meus amigos. Infelizmente não podemos esperar dos outros o que nos fará feliz ou o que a gente pensa que nos fará feliz.Sentimento sinceros é o que temos de exigir do outro e apenas isso.
Mas muito me decepciona a não tentativa, até por minha parte, afinal temos medo do quê?Um Não é um Não o que se ganha é apenas uma negação e algum tempo de choro no travesseiro, mas um Sim é uma afirmação mais que esperada, é um tiro no escuro, uma tentativa corajosa, a qual há muito nos falta.

Fernanda Pereira.

domingo, 15 de abril de 2007

saída


que você deveria saber que eu acabei apenas desenhando esses dois riscos nos meus punhos, sem coragem de pesar a mão sobre os meus braços e fazer cortes mais profundos. que você deveria saber que esses olhos vermelhos são por chorar, escondida no banheiro, sufocando os soluços com a mão, sentada sobre o chão gelado, evitando o espelho pra não ver minha cara com maquiagem borrada e lápis preto escorrido pelo rosto, como lágrima negra até o queixo. que você deveria saber que mesmo assim, sem forças, eu joguei aquelas flores mortas do vaso e saí pra comprar um dúzia de novas, brancas. e que, na volta, eu arranquei os sapatos e acelerei descalça querendo jogar o carro contra o poste e contra o muro e contra um monte de coisas que eu vi pelo caminho. que você deveria saber que eu passei a tarde toda gritando com a cabeça enfiada no travesseiro fazendo a voz sumir aos poucos. e que eu quebrei um copo na parede da sala, manchando aquele bege, cor de nada, com o vermelho do resto de vinho. que você deveria saber que eu saí no meio da chuva, pisando poças e parando sob as goteiras e pedindo pra que um raio, apenas um daqueles todos, me acertasse em cheio. eu achei que você deveria saber que eu achei que você deveria saber um monte de coisas, antes de me deixar. que eu mandei trocar as fechaduras da porta enquanto você dormia. achei que você deveria saber que com essa chave você não vai embora. que ela não serve pra mais nada. eu achei que deveria saber que agora você só sai daqui se for por essa janela. pulando, assim, como eu.

Eduardo Baszczyn

FONTE:http://coisasdagaveta.blogspot.com/

Um devaneio

Um clic... Olho para dentro. Encontro um doce estar. São batidas de uma corrida, um pé atrás do outro... e luzes e mãos. Alguém abre a porta, saem desejos, os espíritos dessa busca. Passos. Corpos. Uma briga sem fim de massas e pesos... Tombam os braços e os femulos... Olhe a porta. Feche. Tranque. Coloque cadeiras. Não esqueça a mesa. Pó, a cancela! Que cantem os pássaros. Ladram os cães. Chorem os bebês. Batam asas, borboletas.

Tente fechar. Se não der?

Fuja...

Os desejos ultrapassam cancelas...

Nanda Oliveira.

sábado, 14 de abril de 2007

Amor Canastrão

Dá para acreditar nisso?Que agonia!Estou numa roda de relações e paixões mal resolvidas, mal decididas. Ninguém consegue viver na dúvida, isso é uma verdade. A dor é tamanha que aperta a garganta e estouro no peito. Mas o amor, esse sentimento canastrão, faz questão de infernizar a vida até dos mais santos: qual Papa, Monge ou Buda nunca amou?

Olho e reviro o olhar e atenta aos assuntos dos corredores da vida, percebo que temos enorme necessidade de nos relacionarmos. Acaba ou mal acaba uma relação e/ou paixão e lá vem outra para nos derrubar. Conheço histórias, as quais tenho convivido pessoalmente e intimamente que tem dado o que escrever, ler, chorar, rir, xingar etc. e tal. Personagens: LR-RH, GJ-EP, FP-RA, FP-AS, SM-EM, FO-ANA entre todos os outros amores universais manifestados por aí. E ainda me contesto: “Mas é só falar”, e então caio na minha máxima e contradigo: não é não. Vai muito além, muitas coçadas na cabeça e muito bate papo sem sentido e no final das contas todo mundo só quer saber em qual esquina a sua vida vai encontrar a de outrem. Dá para acreditar nisso? E o mais decepcionante é que estamos apenas começando, apenas começando.

Fernanda Pereira.

CENTRO

São pessoas roubadas; embriagadas...prostradas.

Almas corrompidas... perdidas.

Aqui expiram;

Morrem

Só há Dor

Se tiveres dúvida de como é o inferno...Sejas bem-vindo!


Flávia Pereira.

Fases

Entre cantos e recantos, nesga e nesgas; entrelaces, estradas e pontes aéreas a nossa vida se faz e desfaz.Reiniciar é sempre bom, respirar novos ares, experimentar novos sabores e sensações.Limpar a alma, dar uma revirada no baú da mente.

O Nesga está em nova fase e como sempre você pode ficar a vontade para invadir, pois como dito isso aqui não é uma propriedade