Colaboradores

quinta-feira, 31 de maio de 2007












Menina-anjo

Continua sentada,

Escuro,

cabeça encostada nos joelhos

Lágrimas dispersas

Vida inconstante é o que pensa

Tão sufocada

Tão sem chão

Rumos

Corre em paralelo e se perde;

Ela só queria ter alguma certeza

.... mas não é bom ter certezas

Ela só queria ser levada pelo vento...

A brisa que passa pelos seus cabelos

água entre os dedos

Leve...

Ela quer estar leve

Que a vida a leve para o melhor caminho, que é não aquele, mas o que já se está.

Leve peleje

Seja LEVE!

Dedicado a um Anjo L.R

Flávia P




quarta-feira, 30 de maio de 2007




Sentimento tolo...frívolo
Vem rápido, engana, machuca e some...
Egoísta...sempre egoísta...

Flávia P.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Corredor

Num corredor apertado se olham. Não olham. Uma mão passas entre os fios do cabelo e o olhar volta-se para seu reflexo, no vidro... São pessoas. São bichos. Inabitáveis corpos a procura de sentido... Alguém deixa escapar a mão do ferro que interliga todo o ônibus e toca um ombro sedento de carinho... Palavras altas que querem se entender, que querem ser ouvidas... Catadas e Catados... Sem vida querem vida, mas se perdem no entrelaçar das visões alheias...

Fernanda Oliveira

23/07/2007

domingo, 27 de maio de 2007

Lembro-me de alguém...

Caminhava até uma cadeira que tinha uma pequena mesa a frente. Sempre de cabeça baixa, sem entender... sem querer entender. Tinha um lápis que em suas mãos pequeninas se tornavam varinhas, escrevia na carteira...na mesa ....no coração...

Tocava-lhe a alma a vida que queria sair, os amigos que queria ter, os animais que queria salvar... Olhar de falta, que queria ser olhar de busca...

Lembro-me de uma árvore...

Caminhava pelos galhos, pela falsa floresta, cheia de vazio, de incertezas...

Comunicando as forças sobrenaturais que com elas queria estar... Dentro das árvores ou enclausurada em alguma pétala...

Lembro-me dos “amigos”...

Havia nada, quando cansados do brinquedo, desgastado ou machucado, que já não servia mais, iluminava-me mais palavras, mais poesias que refletiam a ausência, a angústia de não ter...

Lembro-me dos falsos mestres...

Angustiava-me a falta de educação, e meu desejo de sair dali...

Como podiam fingir?

Como podiam perder a esperança de transformar seus alunos em lunos?!!

Frases rústicas saiam, e suas desesperanças nos entrelaçavam, nos arruinavam...

Não há palavras para exprimir tamanho desgosto...

Estando à frente de um lago imaginário, inerente em minha mente, vejo um reflexo que trás essas lembranças insoníferas...

Fernanda de Oliveira

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Coita interrompida


270 km foram o bastante

A estrada que me parece apenas uma porta, foi o bastante

A falta de desejo

A falta de vontade

A falta de querer

O medo de tentar

Não é no porquê e sim no pra quê onde quero chegar.

Olho pra trás e sorrio

Volto pra mim

Deixo aquela mala escura já velha naquele canto que costumávamos ficar.

Vou me deitar

Fechar os olhos e respirar

Tentando vislumbrar o azul

Apagando já da memória o que foi e o que não pode ficar

Vou deixando assim

Porque a estrada vai continuar

Mas a esperança não.

Flávia P.

sábado, 12 de maio de 2007

Táctica y estrategia


Mi táctica es
mirarte
aprender como sos
quererte como sos

mi táctica es
hablarte
y escucharte
construir con palabras
un puente indestructible

mi táctica es
quedarme en tu recuerdo
no sé cómo ni sé
con qué pretexto
pero quedarme en vos

mi táctica es
ser franco
y saber que sos franca
y que no nos vendamos
simulacros
para que entre los dos
no haya telón
ni abismos

mi estrategia es
en cambio
más profunda y más
simple
mi estrategia es
que un día cualquiera
mo sé cómo ni sé
con qué pretexto
por fin me necesites.

Mário Benedetti

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Juliana & Juliana


Juliana tinha pai e mãe;

Juliana conhecia a mãe;

Juliana tinha cabelos compridos e bem arrumados;

Juliana arrumava os seus cabelos;

Juliana amava o seu colégio tradicional;

Juliana às vezes não gostava de levantar para ir à escola;

Juliana preferia a comida de sua avó;

Juliana comprava uma marmita na Jurema;

Juliana tinha questionamentos filosóficos;

Juliana não tinha questionamentos;

Juliana gostava de viver e da natureza;

Juliana não sentia a vida;

Juliana gostava do Morumbi;

Juliana não conhecia a linha verde do Metrô;

Juliana é a certeza de um futuro próspero;

Juliana...


Fernanda Pereira.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

A minha teoria sobre o amor...



O Amor não existe. Enrole o resto do papel e fume.



Marina Bruno.