Colaboradores

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009


Fim de Expediente

Os sapatos passam apressados, são sapatos de sexta-feira, alguns de salto alto, outros com ar de burocracia.

Vão e vem num passo único, o da pressa. Eles não sabem para onde vão e nem quando voltam. Às vezes até ficam parados num café, esperando algum outro sapato perdido no fim do expediente.

Sandália branca, fita rosa no da menina, preto com meias pretas nos pés do advogado: a lei é certa!

-Sabe o que significa a tatuagem de palhaço?

-Não.

-Ladrão.

Advogado também é cultura ou melhor policial...

Os sapatos continuam passando, agora um com meias grossas e sapato de uniforme, senão patrão fica bravo.

Aí passa sapato bom e ruim, baixo, alto, rasteira, chinelo, tamanco, não dos portugueses, mas da Beira Rio...

Sapato claro e escuro, sapato de fim de dia e de começo de noite, esse acompanhado da bela meia fina; sapato bonito e feio, sapato de sábado que espera domingo, sapato do pobre e do rico, aí aparece um pé descalço:

-Aqui não pode não seu moço, diz a meia grossa com o sapato de uniforme.

O sem sapato resmunga e sai: sapato-rua só leva chumbo mesmo...

Fernanda Pereira


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009











“Se alguém procura o infinito basta fechar os olhos.”

Esta frase pode ser encontrada no livro “A insustentável leveza do ser” de Milan Kundera, ao ler parei para pensar a respeito do ato de fechas os olhos. Fechar olhos pode ser uma entrega total ou simplesmente uma eterna fuga. É nesse ato que na, maioria das vezes, estamos a procura de relaxamento, tranquilidade. Muitas vezes fechamos os olhos para suavizar uma dor de cabeça ou ainda para espantar um pensamento ruim. É nesse ato também que buscamos sentir com intensidade algumas sensações, geralmente prazerosas ou assustadoras, como estar para sofrer uma queda num brinquedo de um parque. De qualquer maneira, é fundamental que tenhamos esse momento só nosso, pois parece que ao estarmos de olhos fechados, nos permitimos simplesmente sentir e com isso, viver, ainda que este fechar de olhos represente o cair de uma lágrima. Fechar os olhos e depois abri-lo é contemplar aquilo que somos ou podemos ser, aquilo que vivemos ou podemos viver. A frase “abrir os olhos” pode estar metaforizada e servir como um despertar para a realidade, para esta vida que acabei de mencionar. É verdade, entretanto, que estar de olhos abertos nem sempre é enxergar, nos ofuscamos com a correria do dia-a-dia, com preocupações, que na maioria das vezes não são nossas ou simplesmente não queremos enxergar as coisas mais óbvias, como a urgência de se fazer justiça que se valha. O convite para fechar os olhos para muitos soa eroticidade, mistério e isso é ótimo, pois fechar os olhos também significa transgredir, jogar-se, permitir-se...

O infinito que o narrador de Kundera nos relata, assim como é retratado em toda a obra, é a vastidão da vida e do ser humano, o perigo e o prazer de se lançar a experiências, desafios e medos, é deixar que isso tudo entre por todas os buracos de nosso corpo e alma e atingir esse infinito inexplicável, ou para Kundera, insustentável.


Fernanda Pereira

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
















Ano novo o melhor é mudar.
Trocar o óleo e não deixar que os sonhos se esvaiam, pelo contrário que cresçam e se multipliquem. Ano novo tem cheiro de quero mais: amor, risada, carinho, paz, muita paz!

Ano novo tem que trazer novidade!

Feliz dois mil e nove!