Nasci com a grande magia de ter duas asas
Prontas para me fazerem voar
Ir com o vento
Sobrevoar pequenezas humanas e da natureza
Mas o ser humano, talvez intimidado com este encanto
Ou por sua ignorância, por sua faixa nos olhos e no coração
Fecha-me em grades, sou preso na condição de pássaro
Sem a liberdade que me é essência
Assim minhas asas não batem
Assim não vou com o vento
Sobrevoo apenas em sonho
Em pensamento
Meus gritos são confundidos por canto
Pelos ouvidos acostumados com a prisão
Minhas asas fechadas e seladas com uma pintura
Pelos olhares acostumados com a ilusão
Nasci com o grande crime de não ser um humano
Com asas, com canto
Porém sem forças para arrancar
Grades ou desumanidades
Meu olhar pede outros olhos
Meu choro implora por outros ouvidos
Para que um dia eu cante e voe
Realizando a simples beleza de viver o que sou
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