vinha com a pressa do vento, derrubando mobilias e pensamentos. mas
também com a leveza do sopro. de quem a todos toca, seja no rosto seja
no peito. era um menino, dizia. um menino que sabia fazer voar. quem a
ele desse as mãos. fecha os olhos e me segue, dizia. não explicava como
iria segui-lo sem enxergar, mas eu apenas reconhecia. um entendimento
desses que parece magia. vinha com um toque sem pensamento. não havia
medo, nem julgamento. corria com ele como se estivesse vendo
todo o caminho. assim como os filhotes são acolhidos no ninho. era um
menino que se pintava de sorrisos. que ria, ria, ria... de si, da vida.
ele me faz voar sempre que me entrego ao sentir. entrega dessas que a
gente só usa o coração. e só cabe nela a delicadeza da vida...
o
melhor foi quando descobri que esse menino mora aqui, dentro de mim.
simbora menino, me dê tua mão! hoje tô precisando voar...
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