“Se você não pode ser forte seja pelo menos humana...”.
Poucos dão a cara pra bater, poucos são os que acreditam numa luta próspera. A facilidade em nos abstermos de conflitos, deixou-nos covardes e pior que covardes, indiferentes. Na madrugada de quarta-feira (20/06/07), alunos que estavam em estado de ocupação na diretoria da Unesp-Fclar foram retirados pela polícia e impedidos de fazer a sua manifestação, totalmente de caráter pacífico. Dando um exemplo de educação e respeito, os alunos se retiraram sem fazer alardes, preparados para o que viria. Foram levados aos ônibus e neste caminho e dentro do transporte cantavam por uma universidade melhor, revelando mais uma vez não um interesse individual como muitos julgaram ser a luta deles, mas sim o interesse de um grupo que não apenas estava defendendo uma instituição ameaçada, que é o caso das universidades públicas, mas também por uma vida mais humana.
A maioria agora sai da greve e volta para o seu cotidiano a fim de garantir o seu pão de cada dia, entra na universidade para ter aulas, fazer provas, porque fazer a diferença é para poucos. A coragem de enfrentar problemáticas como a fome, o desemprego e tantos outros problemas que passamos pertence a poucas vozes que não cansam de gritar, embora nunca ouvidas e sempre reprimidas. Ao longo da história foi assim e construir uma nova história requer muita disposição, muito Amor a uma causa e infelizmente o que assistimos diariamente é o apaziguamento, a conformidade; como se nada que tivesse sido feito ao longo da história, tenha saído da ação de Homens. Guardo aqui o meu aborrecimento com o ocorrido e com o “amém” de nossos estudantes e deixo uma fala de uma colega que também indignada desabafou: “Fizemos parte da história, da história do retorno da ditadura”; enfim, acredite quem quiser.
Fernanda Pereira.