Este blog é uma Nesga de Vidas, almas, memórias, sentimentos; o Tudo e o Nada de cada Ser que se expõe aqui. Lembrando que isso não é uma propriedade, então pode invadir!!!
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Quando a gente se desmancha em si mesma
as folhas caem
os sentidos se agunçam
nos sentimentos envoltos
em silêncio a pele tenta entender os pensamentos
que confusos não se permitem leituras
pensar, agir e ser
a menina se solta em folhas
em partes
sacode os cabelos como quem quer
sacodir a mente
sacodir os pensamentos envolvidos
e se deixar escorrer pelo corpo
escama por escama
folha por folha
para se juntar
se recolher
nas emoções que escapam
das amarras da mente
se desmancha
para ser
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Do céu e do mar
dentro
do mar se toca a vida e se vive renovação
o
corpo é lavado com sal e amor, com força e suavidade presente em
cada gota
num
toque, numa pele que sente e vive imensidão
o
olhar se deslumbra com o infinito da água, a calma é o melhor que
resta
o
corpo se deslumbra com a proteção, rodeado e permeado por movimento
e silêncio
o
som da água ressoa na alma
e
as ondas levam o que se segurava em ti
nenhum
aperto no peito sobrevive
e
as gotas ti tocam delicadeza
assim
a gratidão é o mais belo presente de si sentir...
acima
das nuvens tudo se torna Um
do
alto se percebe o pequeno no todo
se
sente que o todo faz parte de si, quem é o si
você
voa, é livre e ama
se
faz nuvem, se faz em ar
expande
sua morada
cada
traçado de terra e de água se faz e se refaz no próprio corpo
o
corpo Terra que é o teu próprio
você
é uma das partes dele
e
essa percepção também é um dos mais belos presentes da vida
domingo, 10 de março de 2013
quando algumas coisas vão, mas a gente fica
parece que o nó não se desfez
e o abraço permanece no ar
parece que as palavras ainda combinam
fazendo o impossível para retornar
e retomar o verso no espaço da letra
que ficou apenas na pausa
a teimosia faz o pensamento ir e vir
mas sempre o seduz a reviver
parece que a lembrança não sustenta
a vontade que se tem de ainda ser
e assim, o pensar e o querer se confrotam com o tempo
que finda o que tiver de ser
mas que deixa sempre um nó por aí, perdido
sem se desfazer
e o abraço permanece no ar
parece que as palavras ainda combinam
fazendo o impossível para retornar
e retomar o verso no espaço da letra
que ficou apenas na pausa
a teimosia faz o pensamento ir e vir
mas sempre o seduz a reviver
parece que a lembrança não sustenta
a vontade que se tem de ainda ser
e assim, o pensar e o querer se confrotam com o tempo
que finda o que tiver de ser
mas que deixa sempre um nó por aí, perdido
sem se desfazer
sábado, 26 de janeiro de 2013
um buraco na visão
Num tempo presente, há uma menina
feita e refeita de retalhos, costurados a cada descortinar dos
entendimentos que lhes foram enfiados na garganta. E assim, tudo
o que seu corpo comia, os pensamentos também ingeriam e a pele se
fazia de mentiras.
Ela espiava um buraco, por ele
enxergava coisas que não queria ver.
Eram ideias que as rasgavam inteira. Tudo que ela era em um instante
não era mais. Tudo que acreditava acreditar se desprendia da pele.
Todos os dias, ia pelo mesmo caminho.
Passava por pedras, encruzilhadas e armadilhas. Uma trajetória
carregada de angústias, escuridão e dor.
Mas esse caminho não era apenas dela,
envolvia a tudo e a todos que conhecia.
O colo de seu melhor amigo, que foi um
cachorro fiel.
O cachorro quente compartilhado com os
melhores amigos.
A morte e a vida se mostravam em
apenas uma tarde. E o buraco que espiava crescia
sem precedentes, nem controle. Ao
associar o cachorro amigo com o cachorro quente, tudo que parecia ter
sentido se dissolvia e embriagava os pensamentos.
Quando tinha coragem de espiar
novamente, não era apenas essas duas palavras (amigo/quente) que se
embaralhavam.
No caminho de encruzilhadas e
armadilhas, via a vida presa e morta por pessoas vivas. E assim,
aquele desenho lindo da infância que era preenchido por animais
felizes, todos que aprendera na escolinha. Vaquinhas, cavalinhos,
galinhas, pintinhos, passarinhos, peixinhos. Toda a fofura diminutiva
se voltava contra ela mesma. O desenho colorido se fez de uma única
cor, a da escravidão.
E toda a alegria e leveza da alma, a
acusavam de ser a responsável por essa única cor nos desenhos
vivos, os que aconteciam por trás daquele buraco.
Ela não estava sozinha, muitos vinham
com ela desfrutar da sensação de prazer do cachorro quente.
Sensação de prazer que de súbito se fazia sensação de
angústia.
Foi assim que o líquido branco tão
querido pela família lhe parecia sangue e não mais leite. Foi assim
que a fartura do queijo escorrendo no lanche deixou de ser alegria e
passou a ser ofensa. Foi assim que o bife, o filé de frango, o
cação, os ovos, dentre outros, deixaram de ser alimento e
tornaram-se desrespeito.
A menina feita e refeita de retalhos,
agora descortinados e doloridos lhe apontavam um novo caminho. E ela
buscará apenas vida e não mais assassinatos.
O buraco em sua visão expandia-se
tanto que agora ele era o olhar todo. Um olhar que busca respeito e vida!
Saiba mais sobre o assunto:
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
pra colocar o pé na rua, preparo armas e armaduras
olhar pra baixo, esquivar olhar, mudar de calçada, andar rápido, fingir olhar no celular, fingir olhar o céu, a parede, o chão, qualquer coisa que desviei o olhar e que finja que você não viu ou não ouviu... fingir pra si...
baixo, fingir, correr
ou dependendo do dia ou pra intercalar as armaduras com armas
mando tomar no cú, faço careta, mostro o dedo do meio
quando na verdade a vontade era de dar um tiro em cada homem que me chama de gostosa, que manda um beijo e baba, que me olha como se fosse me estuprar
o estupro da humilhação, das palavras, dos olhares
e o ódio fica preso na garganta, mesmo quando as armas surgem
e assim o suicidio fica preso na pele, mesmo que eu não pule de um prédio
o suicidio de quem já sai de casa pensando nas armas ou nas armaduras que vai usar
pra tentar marcar menos na pele, pra tentar se incomodar menos, pra tentar não pular
hoje depois de ouvir um "gostosa" de um cara que já babava e me mandava beijos, só consegui virar e lhe mostrar o dedo do meio, ainda assim a raiva estava presa e a vontade de dar um tiro era grande. ele, como muitos outros já reagiram assim ficou ofendido e me disse (gritou e esbravejou) que eu era mal educada!
sim sou MUITO mal educada, já que a educação é calar e ouvir!!!! submissão é a regra e a educação!!!
infelizmente o medo de apanhar me faz usar mais armaduras do que armas... e assim a educação da submissão permanece
e são milhares ao dia, milhares de homens que se sentem (e são postos nesse "direito") no "direito" de estuprar da maneira que for
e fingir e fingir não ouvir e não ver pra tentar achar que isso não é tão forte quanto é
só que não dá mais pra fingir
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