Colaboradores

segunda-feira, 18 de junho de 2007










Cléo é uma pessoa descontente, que de tanto contentar-se acabou contente. Passam pés. Passam passadas. E ela fixa no canto da calçada. Passam fuscas e Mercedes. Não há distinção, apenas negócios. Entra comida. Entra dinheiro. Quem se importa se ela esta contente? De tanto contentar-se acabou contente. Mas passam seus filhos e desertores amigos, deixam palavras, deixam mágoas... a quem não tem ninguém. É noite de natal há luzes por toda parte. Cléo pensa. Cléo canta. Cléo balança a tristeza. São fatos presentes que estão ausentes da sua compreensão. Um homem passa e fica. Paga centavos. O que são centavos? ...O pão do próximo dia...



Fernanda Oliveira
6/2007

4 comentários:

Anônimo disse...

Quanto Cléos há?Nas ruas e nas Mercedes, quantos Cléos há?

Anônimo disse...

cadê Cléo pra abraçar?, afagar suas mágoas, conter seu pranto, pois quanta tristeza há no instante do contente??
Beijos!
Parabéns Nanda!

Nanda disse...

....exatamente...acho que o que ela quis me perguntar foi justamente, quando poderei abraçar e amar?

valeu pela contribuição fotográfica ......rs, senti que falatava!

Lilyllith disse...

"São fatos presentes que estão ausentes da sua compreensão"

o contentar-se é sempre muito triste!
o contentar-se é sempre incompreendido, pq na verdade, não tem muita razão de ser!

ele simplesmente o é... sem razão, motivo, circunstância...

quem se permite contentar-se, está se permitindo "lavar as mãos" de tudo o que poderia ser diferente se questionado!