Cléo é uma pessoa descontente, que de tanto contentar-se acabou contente. Passam pés. Passam passadas. E ela fixa no canto da calçada. Passam fuscas e Mercedes. Não há distinção, apenas negócios. Entra comida. Entra dinheiro. Quem se importa se ela esta contente? De tanto contentar-se acabou contente. Mas passam seus filhos e desertores amigos, deixam palavras, deixam mágoas... a quem não tem ninguém. É noite de natal há luzes por toda parte. Cléo pensa. Cléo canta. Cléo balança a tristeza. São fatos presentes que estão ausentes da sua compreensão. Um homem passa e fica. Paga centavos. O que são centavos? ...O pão do próximo dia...
6/2007
4 comentários:
Quanto Cléos há?Nas ruas e nas Mercedes, quantos Cléos há?
cadê Cléo pra abraçar?, afagar suas mágoas, conter seu pranto, pois quanta tristeza há no instante do contente??
Beijos!
Parabéns Nanda!
....exatamente...acho que o que ela quis me perguntar foi justamente, quando poderei abraçar e amar?
valeu pela contribuição fotográfica ......rs, senti que falatava!
"São fatos presentes que estão ausentes da sua compreensão"
o contentar-se é sempre muito triste!
o contentar-se é sempre incompreendido, pq na verdade, não tem muita razão de ser!
ele simplesmente o é... sem razão, motivo, circunstância...
quem se permite contentar-se, está se permitindo "lavar as mãos" de tudo o que poderia ser diferente se questionado!
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