e assim sem mais nem menos tudo parecia brincadeira
parecia brincadeira de criança
com leveza
com imaginação
e a vida não passava de uma bolha de sabão
que voava, crescia, tinha todas as cores e saia de uma boca
mas às vezes estourava
e me cobria de água que grudava na pele
e o sorriso ganhava da solidão
e a alegria ganhava do pensamento
e era leve
e era frágil
mas pesava muito na imaginação
de um adulto que resolvia brincar
de que ele não era mais ele não
Este blog é uma Nesga de Vidas, almas, memórias, sentimentos; o Tudo e o Nada de cada Ser que se expõe aqui. Lembrando que isso não é uma propriedade, então pode invadir!!!
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
chóro feito quem é feito de lágrimas
tem um grito sufocado na minha pele
em cada poro
tem uma dor que cresce pelo corpo todo
em cada parte
a cada instante se mata a vida
tento me instruir, ler, ver documentários...
pra quem sabe um dia ser ativista...
e fazer algo, nem que seja para apenas um
um animal livre
de um laborátorio de testes
de um matadouro
de uma criação
confinado a uma caixa
a uma cela
apartado da vida
da comunhão da vida
dói na mente
dói no coração
dói na alma
chóro feito quem é feito de lágrimas
e não consigo
paro nas primeiras páginas
paro de assistir nos primeiros minutos
é muita dor
é a morte do sentido da vida
meu grito fica entalado na garganta
com medo
mas enquanto o meu está preso
o lamento do pássaro na gaiola
o lamento do abate no sangue da carne
o lamento do estrupro da vaca no leite
o lamento da galinha na casca sendo quebrada por outro
o lamento dos peixes no vazio dos mares
o lamento...
o lamento...
estão ai nesta terra de surdos e cegos por opção
troca-se a vida pela morte
enquanto todos morrem na vida
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Nada era
Ela voltava pra casa. A cabeça
encostada na janela do ônibus. Uma gota por fora refletia. Seu rosto
e seus pensamentos. Parecia que não tinha passado. Tentava se
lembrar. Quem era. De onde vinha. Para onde ia. Só via traços. Que
contornavam a sobrancelha pouco definida. O olhar pouco definido. As
poucas marcas no rosto. Apenas alguns pontos escurecidos. Outros
levemente marcados. Uma boca a mais do que se pensava que tinha. Um
boca grande, cheia de dentes e de vontades. Mas para onde ia mesmo? A
boca e a vontade. Não, para onde ia o ônibus. Para que destino.
Para que caminho a levava. Para onde ela ia. Num corpo aparentemente
jovem. Numa mente aparentemente tranquila. Para onde ia. Por mais que
tentava. Não conseguia se lembrar. Teria passado. Ou apenas um
futuro. Naquele instante em que se olhava. No reflexo da gota.
Parecia não existir. Parecia ter apenas um futuro. Sonhos. Planos. E
mais sonhos de ser. O toque frio do vidro em sua testa. Em seu nariz
que encosta. Em sua boca que toca. Que tenta tocar a gota que está
do outro lado. Vidro. Não é sede. É vontade de sentir o gosto. De
saber quem é. De onde veio. E para onde vai. Mas é só um rosto.
Encostado num vidro gelado. Refletido numa gota viva. Que ao
escorregar a leva. Até que ambas se desmancham. E fica apenas o
rastro do que não era.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Eu não quero segurar
segura peão
a
vida
a
vida de um animal
que
não tem mais vida
segura
peão
um
coração
um
pulsar
único
que
tenta retomar o pulso
segura
peão
um
ser inocente
que
se debate contra si mesmo
na
tentativa de se livrar de você
de
se livrar de você
um
monstro em cima dele
que
o prende
que
o mata sem enfiar a faca
que
o mata
porque
tira-lhe a liberdade
porque
o machuca
numa
brincadeira
segura
peão
a
brincadeira
de
sacudir uma vida
que
não tem mais vida
nas suas mãos
segura peão
a minha revolta
a minha dor
o meu grito
não, não segura, não!
nas suas mãos
segura peão
a minha revolta
a minha dor
o meu grito
não, não segura, não!
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Mais parece um quadro aquela gentinha unida
em frente ao bar.
Tem todo tipo e tem tipo nenhum:
O alternativo
O clown
O bêbado (que faz previsão)
O louco
Os boêmios da rua suja
Entre poetas, atores, cineastas;
carro e barulho.
O estranho pediu um saco de feijão:
- Tenho fome não, moça, o que preciso nem eu sei...
Os passos artisticamente passam.
Calça vermelha
Blusa aveludada
Boemia na mesa.
Sou artista sim senhor!
E eu, o que sou?
Só sei que o banco da praça é que mais me agrada.
Flávia Pereira
terça-feira, 10 de julho de 2012
desses que se descansa até de si
e ela só queria um descanso
sem se preocupar e nem sequer pensar
no que machuca
no que pesa
nas costas
na cabeça
e no coração
um descanso leve
como uma brisa no corpo nú
mas que tivesse uma sensação de pós tempestade
que lava tudo
até o que não se queria e enche e esvazia de água
um descanso que viesse sem aviso
pra não dar tempo de segurar nada
e enche e esvazia de água
lava os pensamentos
doídos
lava os sentimentos
pesados
lava as dores
instaladas
lava as dúvidas
e também as certezas
porque certeza a gente acha que serve
mas só atrapalha
um simples denscanso
desses que se descansa até de si
desses que se descansa
de si
até de si
sem se preocupar e nem sequer pensar
no que machuca
no que pesa
nas costas
na cabeça
e no coração
um descanso leve
como uma brisa no corpo nú
mas que tivesse uma sensação de pós tempestade
que lava tudo
até o que não se queria e enche e esvazia de água
um descanso que viesse sem aviso
pra não dar tempo de segurar nada
e enche e esvazia de água
lava os pensamentos
doídos
lava os sentimentos
pesados
lava as dores
instaladas
lava as dúvidas
e também as certezas
porque certeza a gente acha que serve
mas só atrapalha
um simples denscanso
desses que se descansa até de si
desses que se descansa
de si
até de si
segunda-feira, 11 de junho de 2012
A mulher de azul
Todos
os dias no mesmo andar. O segundo. No mesmo passo. Arrastado e
pulsante. No mesmo toque. Mãos leves e que desliza. Com os mesmos
pisos. Os mesmos panos. Os mesmos produtos. As mesmas sujeiras.
Uma
senhora já de idade. Parece uma vó querida, digo. Não, não pude
ter filhos, me diz ela ainda com o seu brilho nos olhos. Uma senhora
de brilho nos olhos. De um brilho que parece vida. Um brilho que
parece que tem algo pra sair do corpo.
Eu
vou bem, tirando a dor no joelho. Ah! Dor no joelho é fogo né?
joelheira ajuda porque a senhora não compra? Ah! é? vou comprar...
O
azul do uniforme. Uniforme o azul. O andar. O passar. O falar.
Uniforme...
Oi,
tudo bem com a senhora? Tudo, tá chegando ou tá indo? To chegando,
e já atrasada... Sempre né? Sempre... Tudo, tirando a dor no
joelho. Ainda? Ainda! E a joelheira? Não comprei não... Tá com dor
ainda? Ainda! E porque a senhora não sai pra pegar um sol? ajuda!
Não posso... Porque? Porque a gente tem que fica no andar que a
gente trabalha. O segundo. Que merda! E quando não tá trabalhando
tem que ficar aqui no banheiro. não pode circular entre os alunos
também...
Ficar.
Ficar. Ficar.
Mas
e o sol?
Não
pode.
E
suas rosas? Ah! Morreu uma, mas a outra tá lá. bonita. adoro rosas.
meu marido já morreu. não tive filhos. não pude ter. já sou
aposentada, mas o dinheiro não dá pra pagar o aluguel. tá indo ou
tá chegando? To indo, já atrasada. Sempre né? É...
Sempre
né? É...
Rosas,
adoro rosas
Eu
também..
Morreu
uma, mas agora já tem duas
Ah!
que bom, faz compania né? Faz. E porque a senhora não adota um gato
ou um cachorro? Acordo cedo e chego tarde, iam ficar muito sozinhos.
Hum, é... ruim... muito cedo? Cedo, 3h30 da manhã... Nossa é...
Tinha
um menino que me chamava de vó no prédio antigo, aquele do
Ipiranga. É porque a senhora tem cara de vó, de vó querida. Mais
não pude ter não, só tenho uma irmã. E porque não vai morar com
ela? Ah não, tanto tempo morando sozinha, não costumo mais não.
Hum, entendo, acostuma com a liberdade né? É... e tem minhas
plantas, quem que ia cuidar delas né? É...
As
rosas. O banheiro. A sujeira. O brilho no olhar. Um brilho de quem
quer sair do corpo.
Um
brilho.
Um
brilho de quem quer sair do corpo..
sair...
rosas...
passa,
limpa, fica, tá chegando ou tá indo?
To
indo dona Maria,
bom
dia pra senhora!
Pra
você também filha!
quinta-feira, 26 de abril de 2012
e de repente a gente nem precisa de espelho pra entender que cresceu
que cresceu demais para o que queria
que o que escorre já tem outro peso
dói mais
demora mais pra passar
demora mais pra entender
pra compreender
pra aceitar
e de repente os silêncios fazem mais parte do que se queria
as incertezas, as dúvidas e os medos já nem se contam mais
isso porque parecia que quanto mais se crescia mais simples seria
poder fazer qualquer coisa
ir a qualquer lugar
e de repente ser o dono de si mesmo pesa
pesa mais do que se sonhava
do que se podia imaginar
e nessa construção
pensamentos ossificados
sensações liquidas
medos santificados
buscas mobiliadas
e são várias paredes brancas
e são vários os silêncios
e você crescido...
que cresceu demais para o que queria
que o que escorre já tem outro peso
dói mais
demora mais pra passar
demora mais pra entender
pra compreender
pra aceitar
e de repente os silêncios fazem mais parte do que se queria
as incertezas, as dúvidas e os medos já nem se contam mais
isso porque parecia que quanto mais se crescia mais simples seria
poder fazer qualquer coisa
ir a qualquer lugar
e de repente ser o dono de si mesmo pesa
pesa mais do que se sonhava
do que se podia imaginar
e nessa construção
pensamentos ossificados
sensações liquidas
medos santificados
buscas mobiliadas
e são várias paredes brancas
e são vários os silêncios
e você crescido...
segunda-feira, 19 de março de 2012
Como é difícil virar a página
Tocamos nela quase que viramos
Mas revoltamos a página
Re-volta
Luta luta
E o leite já está derramado
Mas persistimos na página
Qual o caminho para sair dessa encruzilhada
Qual o caminho para sair dessa tristeza
Tempo?
Quem é esse Dono de todas as coisas?
Vira página
Mão não fique receosa
Apenas vire
Apenas Mude.
Flávia Pereira
quinta-feira, 15 de março de 2012
Eles
ELA
A menina rodopiou com seu vestido azul
Tivesse flores, talvez
Tinha apenas 16
Tinha vergonha da sombra e suas pernas delgadas também
Sabia ser menina, mas queria ser mulher
Ai ela tropeçou num lugar qualquer e viu
ELE
Que desajeitado de olhos lindos
Quem será ele
Camiseta branca
Como seus braços
Cabelos dourados
Como o sorriso
Eleolhoua
Curiosidade
Nem começo teve foi só olhar
e a certeza de mais uma ilusão
mas decidiram ficar cercados de incertezas
e o tempo passou...
Flávia Pereira
quarta-feira, 14 de março de 2012
Pra que Fernanda?
Eu respondo a essa pergunta quase todos os dias, acabo sempre respondendo com respostas prontas e objetivas, talvez porque canso de ser interrogada ou simplesmente porque a resposta é complexa, às vezes demorada e quem pergunta tem a pressa semelhante à pergunta: tudo bem?
Mas hoje é diferente, porque quem me perguntou Pra que Fernanda? Pra que Vegana? Fui eu mesma, e não quis uma resposta simples e nem objetiva...
Para tentar me responder lembrei de quando tudo começou... Afinal já vai fazer dez anos que essa história me rodeia... Quando eu fazia quinze anos iniciei uma fase de vida que denominei: Sexo, Drogas, Rock and roll, Filosofia e Amizade. Encontrei um grupo de pessoas que tentava arduamente viver na paralela, quase como uma vida alternativa, eles discutiam o que era o amor, a liberdade, o vegetarianismo, a anarquia, e tentavam vivenciar... E eu vive no meio dessas discussões, me rasgava em conhecimento e em reflexão. Ouvia eles esbravejarem contra o sistema capitalista, as explorações, a falta de vida e de liberdade, e eu cantei suas letras...
Fui rasgando toda minha pele, todos os fios condutores de verdade, tudo o que eu carregava como “natural”; e entendia pouco a pouco que tudo o que acreditamos e vivemos é uma construção, e que sendo uma construção pode ser reconstruído.
E aquele grupo tentava viver uma reconstrução. Com tropeços, com queixas, com medos, com inseguranças, mas foi ali que eu aprendi que o mais bacana da vida é “mudar quando é lua cheia...”
Com o passar dos anos as questões foram crescendo dentro de mim, como milhares de fios que vão se espalhando pelo corpo até criarem seu próprio corpo. Em torno dos meus dezessete anos eu já sabia o que eu não queria, então decidi que não comeria mais carne, foi uma escolha mais emocional do que racional como a maior parte das minhas escolhas. E foi ai também que eu comecei a entender que a minha pele é quem fala mais alto em mim...
Não foi uma mudança fácil e nem simples, como eu acabo dizendo que foi contrariando a minha própria filosofia da construção. Brigas para tudo quanto é lado, como assim? Você vai morrer! Vai ter anemia! Vai ficar sem músculos... Eu quase não respondia, porque eu não sabia responder... ou esbravejava ou chorava, o que também mais pra frente entendi: que as minhas lágrimas são as que mais alto respondem por mim, mas ainda vou aprendendo a não ter vergonha delas e a saber responder de outras maneiras com elas sempre presentes.
Alguns anos depois foi embarcada pelas reflexões que tal escolha abrangia, muitas e muitas... E fui agregando racionalidade à minha escolha. Decidi ser vegana, agora numa decisão equiparada entre pele e razão, já que me corpo começava a recusar determinados alimentos enquanto eu ia conhecendo outras pessoas de vida paralela... ah as pessoas de vida paralela, como me alegra saber que elas existem, mais ainda quando estamos por perto.
A minha escolha não é por uma vida saudável, nem pelo desmatamento, nem por dó...
Aprendendo e refletindo sobre mim, sobre o que acredito, minhas utopias, entendendo os fios que crescem em mim, sim eles continuam crescendo aqui dentro, e sentindo pulsar e sangrar o que repudio. Eu quero vida, eu quero liberdade, e não estou viva e nem livre enquanto qualquer animal, humano ou não, não o for... livre, livre, livre... Me angustia profundamente saber que há animais, humanos ou não, que nascem para servir ao homem, alguns com o trabalho, outros com a carne, outros com o leite, outros com os ovos, outros com os ossos, outros com a pele, outros com a força, outros, outros, outros...
E entendi que não consigo e que não quero colocar pra dentro de mim, que não quero comer (sim sou uma pessoa que acredita no poder das metáforas) o que não quero que seja a realidade... Tento então em tudo quanto for possível viver o que acredito.
Vixe! Isso vai mudar alguma coisa? Talvez sim, talvez não. Mas acredito na simbologia de ações paralelas ao que se tem como natural. Eu acredito na construção e por isso tento construir com o meu corpo, com as minhas atitudes, com as minhas relações a minha utopia: liberdade e vida.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
A pele dela decidiu desta vez
Cansou-se de ser decidida
De não responder às melhores coisas
Da vida
E do seu corpo
As coisas que fogem da razão do outro
E encontram na sua pele um sentido de ser
Então ela:
Abriu-se em janela
Em ar
Foi com tudo que ouviu
Dançou
Voou
Beijou
Abriu-se em torneira
Em água
Foi com tudo que lhe molhava
O espírito
A saliva da boca
Dançou com os poros que ficaram no ar
Voou com os ruídos que o ar deixou
Beijou, beijou-se no ar
Foi com qualquer sinal que o seu corpo reconhecia
Um reconhecimento seu
Reconhecido na saliva
De não responder às melhores coisas
Da vida
E do seu corpo
As coisas que fogem da razão do outro
E encontram na sua pele um sentido de ser
Então ela:
Abriu-se em janela
Em ar
Foi com tudo que ouviu
Dançou
Voou
Beijou
Abriu-se em torneira
Em água
Foi com tudo que lhe molhava
O espírito
A saliva da boca
Dançou com os poros que ficaram no ar
Voou com os ruídos que o ar deixou
Beijou, beijou-se no ar
Foi com qualquer sinal que o seu corpo reconhecia
Um reconhecimento seu
Reconhecido na saliva
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Carnaval já tem seu fim na terra das marias
Todo mundo se preparando para viajar e descansar, todo mundo não... aqui no prédio que trabalho as MULHERES da limpeza vão trabalhar... o carnaval mal começou e já teve seu fim... e elas ainda me disseram “achei que ia colocar a minha casa em ordem nesse feriado”... donas de casa, mulheres da limpeza onde quer que estejam, são as donas marias...
Ah! Dona Maria! Quem mandou não estudar? Tem oportunidade pra todos nessa vida, ta certo que só uns poucos vingam... Assim você teria que ser dona da limpeza de apenas uma casa... afinal se todos tiverem oportunidade de estudar, de crescer na vida, crescer e aparecer!, ganhar dinheiro, ter as sonhadas propriedades: o carro e a casa, como é que nós ficaríamos? Quem vai limpar a NOSSA sujeira?
E eu como sei que o carnaval das donas marias desse prédio já teve fim? Sei porque almoço com elas todos os dias... olho para todos os lados do refeitório, mas acabo sempre do lado delas... talvez seja porque tem uma dona Maria lá em casa, e sempre me senti bem perto dela, minha mãe, que é dona da limpeza em três casas há uns 45 anos, desde seus 8 anos de idade!
Bora dona Maria
Limpar a sujeira que é toda SUA
Toda SUA de limpar
Bora dona da limpeza
Mariar nas casas
Ser Maria em todo lugar
Bora dona de casa
Cuidar do que é teu
A casa é mais tua
É tua Maria!
Tua casa
Tua sujeira
Bora ser escrava e mariar
Fernanda Moreno
Ah! Dona Maria! Quem mandou não estudar? Tem oportunidade pra todos nessa vida, ta certo que só uns poucos vingam... Assim você teria que ser dona da limpeza de apenas uma casa... afinal se todos tiverem oportunidade de estudar, de crescer na vida, crescer e aparecer!, ganhar dinheiro, ter as sonhadas propriedades: o carro e a casa, como é que nós ficaríamos? Quem vai limpar a NOSSA sujeira?
E eu como sei que o carnaval das donas marias desse prédio já teve fim? Sei porque almoço com elas todos os dias... olho para todos os lados do refeitório, mas acabo sempre do lado delas... talvez seja porque tem uma dona Maria lá em casa, e sempre me senti bem perto dela, minha mãe, que é dona da limpeza em três casas há uns 45 anos, desde seus 8 anos de idade!
Bora dona Maria
Limpar a sujeira que é toda SUA
Toda SUA de limpar
Bora dona da limpeza
Mariar nas casas
Ser Maria em todo lugar
Bora dona de casa
Cuidar do que é teu
A casa é mais tua
É tua Maria!
Tua casa
Tua sujeira
Bora ser escrava e mariar
Fernanda Moreno
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Do que vivo
Um contorno
Uma marca no olhar
Um desenho no ar
De linhas curvas ou retas
De pele dita ou pontuada
De tamanho ou leveza
Voz fraca, reta e direta, ou torta e indireta, ou reta e indireta, ou torta e direta,
Ou nada disso
Cada contorno no ar
Cada pele que fica
Cada dizer pontuado por quem se é
Uma profundidade indizível
Uma diversidade apaixonante
Apaixonada
Por ver e sentir
Diversos contornos no ar
Olhares
Vozes
Andares
Ações
Posições
Movimentos
Pensamentos
Modulam o ar por onde passam
Por onde ficam
São seres
São coisas
São contornos no ar
...
Fernanda Moreno
Uma marca no olhar
Um desenho no ar
De linhas curvas ou retas
De pele dita ou pontuada
De tamanho ou leveza
Voz fraca, reta e direta, ou torta e indireta, ou reta e indireta, ou torta e direta,
Ou nada disso
Cada contorno no ar
Cada pele que fica
Cada dizer pontuado por quem se é
Uma profundidade indizível
Uma diversidade apaixonante
Apaixonada
Por ver e sentir
Diversos contornos no ar
Olhares
Vozes
Andares
Ações
Posições
Movimentos
Pensamentos
Modulam o ar por onde passam
Por onde ficam
São seres
São coisas
São contornos no ar
...
Fernanda Moreno
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Me compõe aqui
Carrego minhas lágrimas como quem carrega o ar
na sensibilidade da pele
na alegria que não cabe na boca
na tristeza que não cabe no peito
estados que ultrapassam o ouvir e o ver
Estar
Hidrata minha alma
o ser quem sou
Me afirma em mim mesma
Traz à luz do dia o que tenho
Carrego minhas lágrimas como quem carrega a água
na necessidade da sede
na angustia de sentir
na emoção de viver
Instantes consolidaddos
dentro
Compõe o que amo
às vezes limpa
às vezes borra
Mas sempre a escorrer...
Carrego minhas lágrimas como quem carrega uma riqueza
na certeza que será sempre companheira
na busca de integridade
no desejo de vida e não mais de mortes
Regar vontades
tentativa
Atira de dentro o que sufoca
a cada instante
que me percebo viva
Eu carrego com a força que restar, mas carrego
Fernanda Moreno
2010
postando novamente um de meus textos que mais gosto
que mais dizem de mim
na sensibilidade da pele
na alegria que não cabe na boca
na tristeza que não cabe no peito
estados que ultrapassam o ouvir e o ver
Estar
Hidrata minha alma
o ser quem sou
Me afirma em mim mesma
Traz à luz do dia o que tenho
Carrego minhas lágrimas como quem carrega a água
na necessidade da sede
na angustia de sentir
na emoção de viver
Instantes consolidaddos
dentro
Compõe o que amo
às vezes limpa
às vezes borra
Mas sempre a escorrer...
Carrego minhas lágrimas como quem carrega uma riqueza
na certeza que será sempre companheira
na busca de integridade
no desejo de vida e não mais de mortes
Regar vontades
tentativa
Atira de dentro o que sufoca
a cada instante
que me percebo viva
Eu carrego com a força que restar, mas carrego
Fernanda Moreno
2010
postando novamente um de meus textos que mais gosto
que mais dizem de mim
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
as casas
alguém para cuidar da sua casa
seus cantos
seu pó
suas roupas
sua comida
seu corpo
suas partes
sua mente
suas unhas
do pé
e da mão
dos fios de cabelo
suas ideias
sua imaginação
suas escolhas
suas palavras
suas falas
para tudo que é seu
todas as partes
tem um outro
quero outros sis
que saibam de si e se misturem
mas não delego o meu si a outro
não quero não saber
não cuidar
do meu si
saber de todas as partes
do si
e da morada do si
si corpo, si casa, si que é pó e muitas outras coisas
quero muito saber de todos os meus sis
vivê-lo em todas as suas possibilidades
si?
seu?
meu?
seus cantos
seu pó
suas roupas
sua comida
seu corpo
suas partes
sua mente
suas unhas
do pé
e da mão
dos fios de cabelo
suas ideias
sua imaginação
suas escolhas
suas palavras
suas falas
para tudo que é seu
todas as partes
tem um outro
quero outros sis
que saibam de si e se misturem
mas não delego o meu si a outro
não quero não saber
não cuidar
do meu si
saber de todas as partes
do si
e da morada do si
si corpo, si casa, si que é pó e muitas outras coisas
quero muito saber de todos os meus sis
vivê-lo em todas as suas possibilidades
si?
seu?
meu?
Fernanda Moreno
.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Noite
Rascunho
- Triste ilusão a minha quando achei que me escreveria. Te juro nem queria bater a porta, mas foi
...
assim,
do jeito,
como a mão pedia
foi piscada rápida, entende?
então, que triste queria um postal singelo seu, um pouco de atenção e a culpa não foi de ninguém.
Culpa é mesquinho demais.
Mas sou incompleta agora.
nem culpa
só vontade.
...
assim,
do jeito,
como a mão pedia
foi piscada rápida, entende?
então, que triste queria um postal singelo seu, um pouco de atenção e a culpa não foi de ninguém.
Culpa é mesquinho demais.
Mas sou incompleta agora.
nem culpa
só vontade.
Flávia Pereira
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
?!
vamos sair pra ver o sol?!
essa tem sido minha pergunta e minha afirmação
ensolarar minha mente meu corpo minhas ideias meus ideais
ensolarar
ensolarar
ensolarar
um sol que acalente aqueça afague envolva
quero um sol dentro de mim
acho que tenho um sol dentro de mim
mas que nem sempre me ensolara o quanto preciso peço
dentro de muitas paredes muitos tijolos vidros cortinas
dentro de muitas veias peles órgãos artérias
calores perdidos
dentro dentro dentro dentro dentro
to precisando sair
o meu sol não ta dando mais
então, vamos sair pra ver o sol?
Fernanda Moreno
essa tem sido minha pergunta e minha afirmação
ensolarar minha mente meu corpo minhas ideias meus ideais
ensolarar
ensolarar
ensolarar
um sol que acalente aqueça afague envolva
quero um sol dentro de mim
acho que tenho um sol dentro de mim
mas que nem sempre me ensolara o quanto preciso peço
dentro de muitas paredes muitos tijolos vidros cortinas
dentro de muitas veias peles órgãos artérias
calores perdidos
dentro dentro dentro dentro dentro
to precisando sair
o meu sol não ta dando mais
então, vamos sair pra ver o sol?
Fernanda Moreno
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